Introdução: A pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) levou os serviços de saúde a se reorganizarem devido a demanda extra de estrutura, insumos e recursos humanos, bem como a falta de evidências necessárias para a correta condução dos casos. As maternidades também se viram afetadas e, por muitas vezes, seu fluxo alterado, o que trouxe um novo cenário para o residente em enfermagem obstétrica. Objetivo: Discorrer sobre a experiência do residente em enfermagem obstétrica em uma maternidade referência para casos de COVID-19. Metodologia: Estudo descritivo do tipo relato de experiência, a partir da vivência dos residentes do Programa de Residência Uniprofissional em Enfermagem Obstétrica no ano de 2021, que tem como sede de práticas uma maternidade na capital paraibana. Resultados: Demonstrando a necessidade de reajustes das práticas, a pandemia ocasionou alterações nos modos de cuidar das mulheres no ciclo gravídico puerperal, com repercussões tanto para quem é cuidado, como para quem cuida. Neste cenário de luta, instabilidade e afastamento social, o residente em enfermagem obstétrica se depara com situações que antes não seriam esperadas nos serviços de atenção obstétrica e neonatal. O medo advindo da exposição ao vírus, estar de frente com contextos de adoecimento crítico e óbito, e o cansaço físico e mental devido ao aumento da demanda, se mostraram como algumas das dificuldades enfrentadas. Em contrapartida, pôde-se perceber a importância da enfermagem obstétrica num momento de crise, em que se torna um grande desafio preservar as Boas Práticas para o Parto e Nascimento, com segurança e sem abrir mão da humanização necessária. Conclusão: Apesar do cenário desafiador vivenciado, a experiência se mostrou positiva para a construção do conhecimento do residente em enfermagem obstétrica, se dando de forma multifatorial e servindo de base para as práticas enquanto profissional de saúde na assistência obstétrica.