INTRUDUÇÃO: A reforma psiquiátrica representa um marco nas políticas de saúde mental, com a desospitalização, passou-se a dar um novo olhar à pessoa com sofrimento psíquico, no panorama de uma atenção que vai além do foco da doença. Nesse sentido, a atenção à crise em saúde mental deve ser compreendida de forma ampla, como algo que está interligada a uma visão singular do sujeito, inserida em um contexto social. OBJETIVO: Analisar criticamente a literatura acerca da atenção à crise em saúde mental nos serviços de urgência e emergência. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão crítica da literatura, realizado na base de dados BVS no ano de 2022, com os descritores urgência, emergência, saúde mental e o operador boleano “AND”. Identificou – se nove artigos na revisão com base na filtragem: últimos dez anos, idioma: Português e texto completo. Como critérios de exclusão: Artigos indisponíveis gratuitamente, artigos de revisão integrativa e sistemática e artigos que não apresentavam abordagens qualitativas ou quantitativas. RESULTADOS: A literatura demonstra que os conhecimentos dos profissionais sobre crise psíquica estão focados na sintomatologia, dentro de uma perspectiva da psiquiatria tradicional, ligada a algo anormal, fora do padrão que pode trazer riscos. Em relação ao manejo a crise, os profissionais utilizam de métodos vigentes ao modelo manicomial, como sedação, contenção física, isolamento, muitas vezes pedindo ajuda de outros agentes vinculados, por exemplo a segurança publica, associado ao estigma da periculosidade. Por fim, a revisão ainda apresenta certo despreparo dos profissionais para lidar com esse tipo de demanda, revelando a necessidade de educação permanente para os profissionais de saúde. Dentre as sugestões apontadas em vários artigos, está à criação de um protocolo para o manejo as crises psíquicas e educação permanente para os profissionais acerca da atenção a crise em saúde mental nos serviços de urgência e emergência. CONCLUSÃO: Diante do exposto, é perceptível a importância da abordagem da atenção à crise em saúde mental na formação dos profissionais de saúde, sobretudo a Enfermagem, que lida diretamente com cuidado e acolhimento, haja vista que essa demanda está centrada no modelo manicomial, onde os profissionais não acolhem a crise psíquica como algo subjetivo. A literatura nos mostra que as práticas centradas no medicamento e contenção da crise se mostram presentes, desafiando a através da educação permanente intervir.