INTRODUÇÃO: Um Grupo Terapêutico é formado por pessoas com um problema em comum que buscam um espaço de acolhimento e escuta terapêutica especializada, podendo ser aplicado nos serviços de saúde em diversas situações, como por exemplo nos transtornos de ansiedade. O apoio, a educação em saúde e a orientação para a mudança são alguns dos objetivos dessa ferramenta de cuidado. OBJETIVO: Relatar a vivência de um enfermeiro residente na condução de um grupo terapêutico voltado para mulheres diagnosticadas com ansiedade. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, referente a criação e condução de um grupo terapêutico denominado “A vida em falas”, composto por nove mulheres diagnosticadas com transtornos de ansiedade e dois mediadores, um enfermeiro e uma psicóloga, ambos residentes em Saúde Mental Coletiva. Os encontros ocorreram semanalmente de agosto a novembro de 2021, nas instalações de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), localizado em um município do interior do Ceará. Ocorreram 12 encontros no período referido, e algumas temáticas foram abordadas, tais como: diferença entre ansiedade patológica e fisiológica, tipos de ansiedade, ansiedade como geradora de evitação e pânico, aspectos rotineiros, relações sociais, medicalização, questões sociais, ambientais e econômicas, COVID-19, técnicas para controlar a ansiedade, dentre outras. RESULTADOS: Durante os encontros, as integrantes mostraram-se participativas e interessadas pela temática, demonstrando seus conhecimentos sobre ansiedade, tirando dúvidas e compartilhando experiências. Observou-se que o vínculo entre o grupo foi aumentando com o decorrer do tempo, e cada encontro tornava-se mais produtivo que o anterior. Durante a oficina de técnicas para controlar a ansiedade, foi criado um panfleto educativo, orientando quanto a respiração diafragmática, atividades alternativas de fácil acesso no cotidiano, e utilização da imaginação, órgãos dos sentidos e do próprio corpo, objetivando o controle de crises ansiosas. CONCLUSÃO: A utilização do grupo terapêutico como ferramenta de cuidado contribuiu no desenvolvimento do vínculo das pacientes com o serviço, fortalecimento de laços sociais, superação de limites e melhora da qualidade de vida. Constatou-se que a formação do enfermeiro para atuação em grupos precisa ser intensificada, vista a necessidade de um melhor preparo dos profissionais, principalmente em relação à coordenação e condução dos mesmos.