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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
“CADÊ O PAI DESSA CRIANÇA?”: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O DESVELAR DA PATERNIDADE NO PRÉ-NATAL
Relatoria:
Nicolle Teixeira de Matos
Autores:
  • Alice Alves Tibúrcio
  • Gildiana Ferreira de Carvalho
  • Camila Almeida Neves de Oliveira
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: Primordialmente, as políticas governamentais regidas por uma cultura e sociedade patriarcal enfatizavam ações e programas voltados para a saúde materno-infantil, com ênfase no molde biomédico curativista. Apesar de todos os avanços contemporâneos, a incorporação do parceiro e consolidação do trinômio pai-mãe-criança ainda se faz premente no cotidiano da atenção à saúde, mediante envolvimento ativo do homem desde o planejamento reprodutivo. Diante do exposto, destaca-se a importância da reflexão contínua sobre a paternidade e os desdobramentos para o cuidado com o filho e com sua parceira. Objetivo: Relatar a vivência universitária frente à relevância da participação do parceiro nas consultas de pré-natal. Metodologia: Relato de experiência desenvolvido durante estágio extracurricular na Atenção Primária do município de Iguatu-CE. Foi utilizado o método observacional no acompanhamento das consultas de pré-natal junto à enfermeira, de setembro de 2021 a fevereiro de 2022. Resultados: Evidenciou-se que há carência significativa da participação do parceiro nas consultas de pré-natal, posto que no decorrer de toda a experiência em campo, somente uma consulta teve a presença do parceiro, diante de um quantitativo de 24 atendimentos mensais. Dentre os motivos citados pelas gestantes para a ausência do parceiro, destaca-se o labor associado à exigência dos empregadores, os quais não aceitam a declaração emitida pelo enfermeiro, caracterizando um desafio a ser suplantado para efetivação do engajamento do parceiro ao pré-natal. Nesse sentido, o incentivo à participação paterna é crucial e deve ser viabilizada para que o parceiro possa compreender as alterações fisiológicas da gravidez, bem como vivenciar a paternidade desde a concepção e não apenas após o nascimento. Outrossim, o desvelar da paternidade poderá ser uma mola propulsora para o efetivo cuidado à saúde do homem, através dos testes rápidos, exames de rotina e atualização do cartão vacinal, assim como incorporação dos novos papeis essenciais para atuação nesta nova conformação familiar contemporânea, atuando desde os cuidados gravídico-puerperais até o crescimento e desenvolvimento da criança. Conclusão: Neste ínterim, a apropriação do parceiro desde o pré-natal poderá contribuir para o fortalecimento do vínculo afetivo do casal, empoderamento familiar, redução da sobrecarga materna, cuidado à saúde do homem e, especialmente a corresponsabilização e visibilidade do cuidado paterno.