INTRODUÇÃO: O álcool é consumido desde os primórdios pelo ser humano em busca de sensações prazerosas, mas no decorrer dos tempos seu uso passou a se tornar indiscriminado, influenciado por diversos fatores, como a família, meio social ou propagandas. O alcoolismo tornou-se um problema de saúde pública, que afeta consumidores individuais, familiares e a comunidade. Assim, é relevante conhecer as representações sociais que o alcoolista tem acerca de sua dependência, para que sejam elaborados novos métodos de intervenção. OBJETIVOS: Descrever a representação social do alcoolista, de sua dependência química e analisar as implicações dessa representação social para o cuidado de si. METODOLOGIA: Estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, com base na Teoria das Representações Sociais. Participaram da pesquisa 31 sujeitos que estão em tratamento por dependência química. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas com roteiro semiestruturado e questionário sobre perfil sociocultural e dados pessoais. A análise dos dados foi realizada a partir da técnica de análise de conteúdo, proposta por Bardin. RESULTADOS: A apresentação dos familiares diante dos sujeitos em seu período de infância ou adolescência podem ter reflexos de risco. Foram feitas referências dos familiares como bebedores, então, espera-se que as atitudes negativas sejam refletidas. Além do mais, os entrevistados acreditavam que seus familiares não eram alcoolistas, por consumirem bebidas alcoólicas somente nos finais de semana e não ocorrerem brigas, porém, destaca-se a característica primordial do alcoolismo, que é não ser necessariamente contínuo, mas abusivo. A adolescência demonstrou-se como um importante período de influência, em que as principais características dessa fase, como curiosidade e grupos de amigos, foram determinantes para que o álcool fosse ingerido pela primeira vez. CONCLUSÃO: Diversos fatores estão associados ao despertar do interesse para o uso de bebidas alcoólicas, dentre eles estão os psicológicos e os socioculturais, em maior uso na adolescência. Porém, outros fatores podem contribuir, como gênero, idade, trabalho, genética, desestruturação familiar e até mesmo a ausência de religião. Essas considerações necessitam de um olhar mais intenso por parte do profissional de enfermagem, uma vez que o estudo servirá como base para a compreensão dos fatores envolvidos no processo do alcoolismo, visando melhor abordagem e intervenção.