A atuação da Atenção Primária à Saúde (APS) realiza o acompanhamento contínuo do usuário. A longitudinalidade do cuidado praticada pela estratégia de saúde da família (ESF), tem sido uma potente ferramenta no cenário pandêmico imposto pela Covid-19. Além disso, foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que a condução dos casos de síndromes gripais sem complicações deve ser feita pela APS. Com o intuito de auxiliar na atuação da ESF, a incorporação das TICs no processo de trabalho da APS se tornou uma realidade. Assim, o presente estudo objetiva identificar, na literatura, a inserção das TICS no contexto da APS em meio à pandemia da Covid-19. Trata-se se de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória, onde os dados foram coletadas por meio de uma pesquisa bibliográfica realizada no período de janeiro a dezembro de 2021. A literatura aponta que no contexto da APS, as TICs foram incorporadas enquanto ferramentas de trabalho nas unidades básicas de saúde (UBS) nas seguintes situações: registros informatizados de doenças, aplicativos para interação com os pacientes, prontuários eletrônicos, sistemas para prescrições eletrônicas, ferramentas para a telessaúde, vigilância, monitoramento de casos e contatos e educação em saúde. Assim, contribuíram para manter o acesso aos serviços de saúde, ao mesmo tempo que minimizaram o risco de transmissão da Covid-19. As TICs também tiveram a sua aplicabilidade enquanto ferramenta gerencial na APS, ao permitir a operação contínua e sem interrupções dos serviços essenciais. No entanto, foram encontradas fragilidades quanto a quantidade e qualidade de insumos fornecidos à APS, bem como na manipulação das TICs por alguns profissionais e usuários. Assim, é possível concluir que as TICs foram implementadas no contexto da APS de forma emergencial, com base na realidade local e que a principal inserção das TICs na APS durante a pandemia da Covid-19 está relacionada com as ações de monitoramento e vigilância, viabilizadas pela tecnologia, especialmente via telefone e internet. Vale ressaltar a importância do devido investimento tecnológico para a APS, bem como a identificação de dificuldades de manuseio e acesso a estas ferramentas, considerando a possibilidade da chegada aos serviços de saúde, especialmente à APS, de novas condições de saúde que exijam o emprego das TICs enquanto ferramentas de trabalho e que este nível de atenção esteja pronto para responder com excelência.