Introdução: Considerando as diferente culturas e concepções sobre saúde e doença, ser enfermeiro na região Amazônica, requer durante a formação o desenvolvimento de competências culturais para assistência as populações tradicionais, em especial para as populações ribeirinhas. Objetivo: descrever as vivências e percepções de uma egressa do curso de enfermagem do interior do Amazonas, sobre o desenvolvimento de competências culturais para o cuidado à população ribeirinha durante a sua formação. Metodologia: Trata-se de um estudo descrito, na modalidade relato de experiência, vivenciado durante o curso de enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas. O respectivo curso tem sido ofertado no município de Coari, interior do Estado Amazonas, com duração de 5 anos. O relato sobre as competências culturais adquiridas é referente aos quatro últimos períodos do curso (2017 a 2019), no qual foram cursadas as disciplinas de Saúde Coletiva e Saúde das Populações Amazônicas, somado a participação da egressa enquanto discente no grupo de pesquisa “Núcleo de estudos em Saúde das Populações Amazônicas” - NESPA. O estudo não foi submetido à apreciação em Comitê de Ética em Pesquisa, por se tratar de um relato de experiência, porém foram assegurados e respeitados os preceitos éticos na apresentação dos dados. Resultados: A presença de disciplinas que contemplem a saúde e assistência de enfermagem a povos tradicionais no curso, foram fundamentais para o embasamento teórico e prático sobre a importância dos cuidados equânime e transcultural as populações ribeirinhas da Amazônia Brasileira. Práticas de campos nas respectivas disciplinas, participações em ações de saúde voluntarias e atividade de extensão viabilizadas pelo NESPA (exemplo: CINERIBERINHO e BERIBE), oportunizaram durante a graduação a experiência de conhecer as vulnerabilidades dos ribeirinhos in loco, a como implementar o cuidado transcultural ao público e a vivenciar as dificuldades enfrentas ao realizar assistências em saúde nas comunidades. Todas essas experiências somaram para o desenvolvimento de competências culturais durante a formação, que futuramente farão a diferença na assistência da egressa a essa população. Conclusão: Portanto, a participação durante a graduação em disciplinas, grupo de pesquisa, ações de saúde voluntária e projetos de extensão, contribuíram para o desenvolvimento de competências culturais no cuidado à população ribeirinha pela egressa.