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Anais - 23° CBCENF

Resumo

Título:
LABORATÓRIO DE SENSIBILIDADES: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O ENSINO DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
Relatoria:
LAYLLA VERIDIANA CASTORIA SILVA
Autores:
  • BEATRIZ SANTANA CAÇADOR
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
TECNOLOGIA, PESQUISA, CUIDADO E CIDADANIA
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: O avanço tecnocientífico permitiu ampliar a expectativa de vida, proporcionou inovação nos recursos terapêuticos e possibilidades diagnósticas, ampliou as possibilidades de alívio do sofrimento e de intervenção na doença. Por outro lado, as práticas no campo da saúde tornaram-se instrumentalizadas e a relação entre profissional e usuário tem sido mediada por uma linguagem instrumental que objetifica as pessoas, distanciando das primícias ontológicas do cuidado. A inquietação que gerou a experiência a ser relatada decorre da reflexão em relação ao processo formativo e a necessidade de proporcionar experiências de ensino que desenvolvam competências socioemocionais e possam contribuir com o resgate da dimensão cuidadora das práticas em saúde. Nesse sentido, foi ofertada uma disciplina no curso de Enfermagem de uma universidade pública denominada “Laboratório de Sensibilidades” com o intuito de proporcionar experiências afetivas e reflexões teóricas acerca das tecnologias leves na produção do cuidado. Objetivo: relatar a experiência de realização da disciplina “Laboratório de Sensibilidades” em um curso de Enfermagem de uma universidade pública. Métodos: Foi oferecida uma disciplina optativa de 30 créditos (duas horas semanais) no ano de 2019, com 10 estudantes de diferentes períodos do curso. Na disciplina, os estudantes construíram o conhecimento sobre cuidado em saúde, empatia, comunicação não-violenta, cuidado de si e alteridade balizados por experiências com músicas, reportagens, filmes, poemas, literatura, fotografia, argila e culinária. A perspectiva construtivista fundamentou a dimensão pedagógica da disciplina. Resultados: Os estudantes participaram ativamente das atividades propostas e relatavam, com frequência, o sentimento de bem-estar ao vivenciar a disciplina. Consideraram estratégico poder ter um tempo reservado dentro do contexto acadêmico para fazer leituras que não eram técnicas como artigos científicos. Fazer a leitura de um livro de romance e poder viver essa experiência sem a culpa de sentir-se negligenciando a formação científica representou para alguns, estratégia de autocuidado e promoção da saúde mental. Conclusão: Fazer uma ruptura na dinâmica atribulada da vida onde não há tempo para o cuidado de si constitui movimento de resistência à dinâmica avassaladora que nos induz a distanciar-nos do que nos provoca sensibilidade ao passo que nos é cobrado o tempo todo a construção de práticas em saúde que resgatem os afetos.