Introdução: A busca por uma vaga em uma instituição de ensino superior é o desejo de muitas pessoas, alcançá-la traz realização própria; porém, mudanças e adaptações permeiam a percurso universitário. Estes processos adaptativos podem elevar os sentimentos de estresse e de preocupação, havendo a possibilidade de interferirem de maneira negativa na qualidade de vida dos acadêmicos. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida em acadêmicos de enfermagem e de medicina de uma universidade pública de um município do Sul de Minas Gerais. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo-analítico e transversal, realizado com 272 acadêmicos de enfermagem e de medicina de uma universidade pública. A coleta de dados foi realizada por meio da plataforma Google forms e foi utilizado um questionário sociodemográfico e o Instrumento WHOQOL-bref da Organização Mundial da Saúde. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alfenas. A análise estatística foi realizada por meio do teste de Shapiro-Wilk para avaliação de normalidade, teste de Mann-Whitney (p<0,05) para verificação de associações, e aplicou-se também o Odds Ratio e Regressão Linear Múltipla para obter uma relação entre as variáveis estudadas. Resultados: Houve o predomínio do sexo feminino (72,1%), faixa etária de até 22 anos (48,9%), estado civil solteiro (93,4%), não tabagistas (94,1%), coabitantes com amigos(as) (53,7%) e originários de outros municípios (92,6%). Além disso, 48,5% ingressaram por meio do Sistema de Seleção Unificada na modalidade ampla concorrência, 92,3% estão satisfeitos com o curso, 97,1% se identificam com o curso e 71,0% vivenciaram algum evento marcante na vida no último ano. No modelo de regressão linear múltipla para a qualidade de vida e seus domínios foram indicadas associações com as variáveis renda familiar mensal, disciplinas cursadas em outra turma/curso, uso de medicação contínua ou de uso diário, cor/etnia, prática de atividade física, curso, ano do curso, sexo, orientação sexual, satisfação com o curso, forma de ingresso, assistência/auxilio da Pró-Reitoria de Administração e Finanças, e evento marcante na vida. Conclusão: A pior qualidade de vida dos acadêmicos de enfermagem e de medicina demonstrou estar associada a algumas características sociodemográficas, assim, é relevante que as instituições de ensino superior implementem ações de apoio que auxiliem a melhoria da qualidade de vida desta população.