Introdução: As transformações socioepidemiológicas do HIV/aids acarretaram o surgimento de novas representações da doença e, também, de novas práticas de cuidado de saúde. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar as representações sociais do cuidado de saúde à pessoa com HIV. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, pautado na abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais, realizado em três Serviços de Atendimento Especializado em HIV/aids no Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu no período de abril a maio de 2016. Participaram 180 pessoas vivendo com HIV. A coleta de dados ocorreu com a aplicação de instrumento de dados socioeconômicos e clínicos e de formulário de evocações livres ao termo indutor “cuidado de saúde à pessoa com aids”. A análise dos dados ocorreu, respectivamente, com o apoio dos softwares Excel e SPSS e do software EVOC 2005. Resultados: Os resultados apontam que o provável núcleo central da representação do cuidado é constituído pelos elementos: adesão-tratamento, alimentação, medicamentos, preservativo, prevenção e vida-regulada. Destes, o elemento mais frequente foi adesão-tratamento (f=61); e com a menor ordem média de evocações foi preservativo (n= 1,853), o que demonstra a conscientização dos participantes sobre a importância de aderir ao tratamento e da prevenção no processo de cuidar da própria saúde. O sistema periférico é composto pelos elementos: vontade, compreensão, atividade-física, cuidado-outro, consulta médica e viver-bem. Todos reforçam o possível núcleo central, sendo vontade o elemento necessário para a realização dos cuidados de saúde manifestados naquele quadrante. A zona de contraste abrange os termos: acesso-saúde, autocuidado, cuidado-saúde. Tais elementos reforçam o provável núcleo central. Destaca-se o termo autocuidado por apresentar-se como expressão do cuidado de si, necessária para a realização dos cuidados de saúde expressos no possível núcleo central. Conclusão: Portanto, a representação social do cuidado de saúde à pessoa vivendo com HIV evidenciou que o autocuidado é uma condição necessária para a concretização dos elementos que expressam uma dimensão prática do cuidado, expressos na adesão ao tratamento, na alimentação e no uso do preservativo como forma de prevenção. Conclui-se que o autocuidado é importante para a realização dos cuidados de saúde visando a manutenção da própria saúde e da saúde do outro.