Introdução O Transplante de Fígado (TF) é indicado para portadores de hepatopatias graves em estado terminal sem possibilidades de tratamento conservador, objetivando melhor e maior qualidade e sobrevida desses indivíduos. A cirrose de etiologia alcoólica (COH) é a segunda causa mais frequente de indicação para o TF, sendo a incidência da dependência do álcool no Brasil de 12%. Em vista da demanda de alterações do estilo de vida, adaptações da rotina, restrições alimentares e de algumas atividades, uso de medicações e uma rotina hospitalar intensa, torna-se essencial a avaliação multiprofissional pré-transplante com o objetivo de identificar fatores de risco que dificultem a adesão e o enfrentamento ao longo do processo com o intuito de aumentar as chances de melhores resultados pós-operatórios. Material e Método As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário do paciente L. em lista de transplante de fígado, discussão de equipe e revisão da literatura. Resultados A avaliação do paciente em questão foi dificultada pela dinâmica do paciente/familiares/equipe e impossibilidade de realização de exames laboratoriais objetivos que comprovem abstinência alcoólica e de drogas ilícitas. Discussão Em casos como este, de pacientes com COH e presença de fatores de risco como apontados acima, uma das maiores dificuldades enfrentadas é a avaliação multifatorial da abstinência e da adesão, pois muitas vezes só se pode contar com a relato do paciente. Conclusão Ao serem considerados todos fatores de risco e do quadro clínico do paciente nas discussões de equipe, notou-se a dificuldade da mesma da tomada de decisão sobre como conduzir este caso, devido a aspectos éticos-morais relacionados ao transplante de órgãos.