Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são profissionais essenciais na promoção da saúde, pois estão inseridos na comunidade mantendo vínculo com a população. Na realidade da pandemia COVID-19, têm importante atuação na orientação da comunidade e identificação de casos suspeitos; contudo vivenciam uma alta exposição ao coronavírus gerando muitas preocupações. Assim, objetiva-se descrever, conforme a literatura, os desafios enfrentados pelos ACS durante a pandemia COVID-19. Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo revisão narrativa, realizado na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com a seguinte combinação de descritores: Agente Comunitário de Saúde AND COVID-19. A busca gerou 64 resultados, dos quais incluiu-se 12 artigos que respondiam aos objetivos do estudo. Desses, excluiu-se 1 artigo duplicado e 1 indisponível na íntegra, restando 10 artigos para amostra final. Diante dos achados evidenciou-se que os ACS tem demonstrado dificuldade em reconhecer corretamente os sintomas de COVID-19, as vias de transmissão do vírus e estratégias adequadas de prevenção de acordo com as necessidades da população, além de despreparo para colocação/remoção correta dos Equipamentos de Proteção Individual. Verificou-se que as vulnerabilidades aumentaram refletindo em mortalidade elevada por COVID-19 entre a população mais pobre. Percebeu-se a dificuldade do ACS em acessar comunidades violentas e impacto no déficit de controle das doenças crônicas gerado pela crise econômica advinda com a pandemia, uma vez que muitos pacientes não conseguem manter alimentação saudável e exercícios físicos, e têm sua moradia comprometida pelo não pagamento de aluguéis. Bem como, a insegurança gerada pela falta de conhecimento e imprevisibilidade da pandemia, medo de se contaminar, medo relacionado à crise econômica e ao impacto mental relacionado ao sofrimento de familiares e pacientes que adquirem a doença. Conclui-se que os desafios enfrentados pelos ACS durante a pandemia são complexos, envolvendo, ora questões circunscritas na práxis do seu trabalho ora questões mais amplas e externas ao seu poder de ação, requerendo ações direcionadas tanto a capacitação e a promoção da segurança do profissional, como direcionadas a fornecer subsídios à população para cumprimento das medidas protetivas e construção de uma cultura mais realística e menos negacionista do problema.