Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece às Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (IRAS) como um problema de âmbito global. Dentre elas, destaca-se as Infecções Primárias de Corrente Sanguínea (IPCS), que são responsáveis pelo aumento do tempo e dos custos da hospitalização,podendo causar repercussões sistêmicas graves, como bacteremia, sepse ou até a morte. Objetivos: Analisar a implantação de um pacote de medidas para prevenção das infecções primárias de corrente sanguínea. Metodologia: Estudo transversal, realizado em um hospital filantrópico de alta complexidade, localizado no Norte do Paraná, no período de abril a dezembro de 2018. Como parte do pacote foram implantados dois bundles, um de inserção e um de manutenção do cateter. Para o bundle de manutenção foram eleitas cinco medidas fundamentadas em evidências científicas: degermação do sítio de inserção do cateter com clorexidina degermante, barreira máxima de proteção para médico e auxiliar (avental e luvas estéreis, gorro, máscara e óculos) não utilização da veia femoral, confecção do curativo com clorexidina alcoólica e utilização de curativo convencional por 48 horas após o procedimento. Já para o bundle de manutenção foram elencadas três medidas: avaliação diária da necessidade da permanência do cateter central e justificativa, uso de curativo com filme transparente após 48 horas da inserção do cateter para facilitar a visualização, e inspeção diária nos três turnos para avaliar as condições do sítio de inserção. Paralelamente a isto, estabeleceu-se uma rotina de visitas diárias por enfermeiros do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e residentes de enfermagem, com o objetivo de retirar esses dispositivos invasivos quando desnecessários e estimular o manejo correto. Resultados: No período de julho de 2017 a março de 2018, ou seja, 9 meses antes da implantação do pacote de medidas, foram notificados 74 casos de IPCS, já no período de abril a dezembro de 2018, 9 meses após a implantação, foram notificados 35 casos, evidenciando uma queda de 52,7% nas infecções. Conclusão: Os resultados obtidos após a implantação do pacote de medidas para prevenção das IPCS evidenciaram um processo de trabalho que necessitava ser remodelado, além de ter proporcionado uma mudança de cultura na equipe de saúde, tornando-a mais consciente e preocupada com a retirada precoce dos dispositivos invasivos, proporcionando uma assistência mais segura.