As Infecções Relacionadas à Assistência de Saúde (IRAS) são definidas como qualquer infecção que acomete o indivíduo durante o período de internação ou após a alta, desde que esteja relacionado ao tempo de internação e a procedimentos hospitalares ou ambulatoriais. Tornaram-se um problema de grande relevância e complexidade, pois atingem todas as instituições de saúde, com grande impacto social e econômico. Esta pesquisa objetivou identificar o índice de infecções relacionadas à assistência de saúde e os principais micro-organismos isolados de pacientes internados em um hospital misto do Paraná. Métodos: Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, documental e retrospectiva, com abordagem quantitativa, realizada por meio da coleta de dados em fichas de notificação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A amostra foi constituída por fichas de notificação dos pacientes que apresentaram diagnóstico de infecção, em um hospital misto do Paraná. Foram levantados resultados referentes às variáveis de acordo com as características demográficas e história clínica dos pacientes, dados da internação, dados de infecção e desfecho clínico do paciente. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética sob protocolo 1.993.266/2018.Os índices de infecções relacionadas à assistência em saúde foram elevados e ocorreram, principalmente, em pacientes do sexo masculino, idosos e que faziam usos de algum tipo de procedimento invasivo. Em relação às IRAS, observou-se que 50 (48,1%) desenvolveram pneumonia relacionada à ventilação mecânica e 33 (31,7%) infecção por ponta de cateter. As fontes primárias de infecção foram o foco pulmonar 50 (48,1%) e a corrente sanguínea 33 (31,1%). As culturas apresentaram positividade para 101 (97,1%) pacientes, e os principais micro-organismos identificados foram bactérias gram negativas (BGN) fermentadoras em 33 (31,7%) pacientes, seguidas de BGN não fermentadoras, em 36 (34,6%) e os cocos gram positivos (CGP) catalase positivo em 24 (23,1%) pacientes. Em relação à sensibilidade dos micro-organismos os resultados são alarmantes, pois foi verificada elevada resistência a diversos antimicrobianos. As cefalosporinas, por exemplo, apresentaram resistência em 100% dos casos e a das quinolonas em 82,6%. Os óbitos em sua decorrência reforçam a necessidade de investigações mais precisas quanto aos microrganismos e ao uso adequado de antibióticos, e de igual forma, a implementação de ações efetivas de segurança do paciente.