Introdução: A prostituição é uma atividade considerada imoral em vários cenários mundiais que vulnerabilizam os(as) trabalhadores(as) que ingressam neste mercado de trabalho por envolver situações de riscos e cenários de agressões de ordens diversas. Embora, seja reconhecida como profissão no Brasil, o debate em torno da prostituição, como meio de vida e fonte de remuneração, está longe de apresentar consenso, sobretudo porque os envolvidos nesta profissão não têm voz ativa e geralmente são estigmatizados pelo contexto da exploração sexual presente em seus processos de viver. Objetivo: apresentar as situações de violência no contexto de vida de profissionais do sexo. Metodologia: estudo qualitativo, descritivo, realizado em Santa Catarina. A coleta de informações ocorreu em 2018, com 10 profissionais do sexo, sendo seis mulheres e quatro mulheres transexuais, por meio de entrevistas seguindo um roteiro com questões abertas em relação à prostituição e vulnerabilidades. A interpretação das informações foi realizada com base na análise de conteúdo. Resultados: as informantes relataram que as violências de ordem psicológica, física, psicológica e sexual ocorrem de modo frequente em seus cotidianos. Dentre os agressores, estão os clientes, familiares, comunidade e as próprias colegas de trabalho. Os casos de violência física ocorrem mais nas mulheres e as psicológicas nas transexuais, motivos que causam sofrimento psíquico e alterações na sua saúde mental. Com o tempo aprendem a lidar com as situações de violência e adotam estratégias de proteção como: circulação em motéis ou estabelecimentos de suas escolhas, opções por clientes conhecidos, estabelecimento de regras de trabalho, demarcações nas áreas de atuação, aprendizagens entre colegas, neutralização de emoções e algumas não aceitam práticas incômodas. Conclusão: esse estudo possibilitou desvelar as situações de violência e vulnerabilidades expressas no contexto de vida de profissionais do sexo que lhes geram sofrimento psíquico. Traz contribuições para a enfermagem uma vez que, promove reflexões acerca das dificuldades que trabalhadores do sexo enfrentam no seu cotidiano existencial, revelando a necessidade de dar maior atenção aos programas de prevenção a violência a esse público, assim como, atentar para importância do cuidado de enfermagem com essa população, no que tange a saúde mental por se tratar de um elemento essencial à saúde.