INTRODUÇÃO: A calcifilaxia é uma vasculopatia obliterativa rara que leva a isquemia e necrose subcutânea. De elevada morbimortalidade, afeta principalmente pessoas com doença renal crônica (DRC) (MENDES et al., 2014). OBJETIVO: Relatar um caso clínico de calcifilaxia para subsidiar o diagnóstico precoce e planejamento da equipe multiprofissional. METODOLOGIA: Estudo de caso, realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público de Salvador. O estudo foi aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa, parecer nº 3.525.164. RELATO DO CASO: Sexo masculino, 40 anos, motorista, natural de Salvador/BA. Hipertenso (22 anos), diabético (05 anos, não tratado) e DRC (Terapia Renal Substitutiva há 01 ano). Há 06 meses com quadro de dor e isquemia em pododáctilos bilaterais e mãos, submetido a uma amputação parcial da mão direita previamente. Radiografia simples de membros inferiores com imagem sugestiva de calcificação de vasos. A arteriografia de membro inferior esquerdo evidenciou múltiplas estenoses e suboclusões distais em artérias fibular, tibial anterior e posterior. A equipe multiprofissional, priorizou o manejo analgésico com administração de morfina e dipirona, medidas não farmacológicas e avaliação sistemática do nível de dor. Quanto à prevenção de infecções das lesões pós amputação, a antibioticoterapia de escolha foi Meropeném e Vancomicina e realização de curativos diários. Para redução dos níveis crescentes de fósforo e cálcio, utilizou-se Sevelamer e Hemodiálise. Quanto ao aspecto emocional, o paciente mostrou-se inquieto frente ao confinamento da UTI, dessa forma, a equipe consentiu a visita ampliada para redução dos impactos estressores. Quanto ao processo de amputação, o mesmo demonstrou aceitação, após diálogo com a equipe. Após intervenções cirúrgicas, paciente e genitora se sentiam mais aliviados e esperançosos, mesmo sabendo da gravidade do quadro clínico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os cuidados ao paciente com calcifilaxia consistiu no manejo da dor, cuidados específicos com as lesões e medidas para redução de fósforo e cálcio. Ressalta-se o acompanhamento psicológico a esse paciente como prioridade, através da presença da família e possibilidades de diálogo entre estes e a equipe multiprofissional.