Introdução: A adesão ao tratamento pode representar um desafio à pessoa com transtornos relacionados a substâncias, pois à medida que precisam enfrentar obstáculos como a fissura e a abstinência ou vivenciam situações de risco à recaída, o seguimento da terapêutica proposta pode ser comprometido. Entretanto, a adesão é essencial para o sucesso da terapêutica, pois proporciona a atenuação dos sinais e sintomas do transtorno e promove a reabilitação psicossocial. A família pode ter papel fundamental neste processo, pois através do incentivo, apoio e da participação ativa no tratamento contribuem para a promoção da adesão através da modificação de estilo de vida necessária para que a pessoa com o transtorno concretize mudanças comportamentais, favorecendo a reabilitação psicossocial. Objetivo: descrever a percepção de familiares acerca da adesão ao tratamento por pessoas com transtornos relacionados a substâncias. Metodologia: Estudo qualitativo descritivo desenvolvido em um Centro de Atenção Psicossocial do município de Curitiba, Paraná. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada no período de março a abril de 2019. Os participantes foram 13 familiares de pessoas com transtornos relacionados a substâncias em tratamento no serviço. Os dados obtidos foram tratados pela “Análise e Interpretação de Dados Qualitativos” proposta por Creswell. Resultados: foram identificadas quatro categorias temáticas, sendo elas: 1.A identificação da adesão na percepção dos familiares, 2.Fatores facilitadores no processo de adesão, 3.Benefícios que a adesão proporciona ao indivíduo e, 4.Motivos preditores da adesão. Conclusão: Identificou-se que a maioria dos familiares percebe que a adesão ao tratamento consiste em um fenômeno multidimensional e modificável, estando diretamente relacionada ao gerenciamento do transtorno. Ademais, a percepção da família acerca da adesão está relacionada à compreensão sobre os transtornos como condição crônica de saúde que requer tratamento psicoterapêutico e intervenções sociais. Bem como está relacionada ao conhecimento que possuem sobre a terapêutica proposta, aspectos que comumente determinam a maneira como participam do cuidado ao paciente e do tratamento. Deste modo, é essencial promover a participação efetiva da família no tratamento, assim como desenvolver ações destinadas à sua assistência e orientação.