Este relato, de caráter descritivo e exploratório, se propõe a apresentar a experiência de três profissionais de saúde, do Núcleo de Educação Permanente – NEPS, na abordagem do trabalho em equipe nas unidades de Estratégia de Saúde da Família – ESF do município de Resende/RJ. Após processo de reformulação em relação à equipe e metodologia de trabalho utilizada, as atividades do NEPS passaram a ser realizadas in loco. Embasada na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e com a proposta de fortalecer a Atenção Primária à Saúde – APS, a equipe do NEPS iniciou a realização de reuniões em oito unidades de saúde, elencadas pela Superintendência da APS, as quais apresentavam dificuldades no desenvolvimento do processo de trabalho de forma adequada, conforme preconizado na Política Nacional de Atenção Básica. Dentre as questões, destacou-se o desenvolvimento e entendimento do trabalho em equipe. Observou-se que as unidades não tinham como rotina a realização atividades coletivas, dentre elas, as reuniões de equipe. Realizadas de forma fragmentada e isolada, esta lacuna interferia no processo de comunicação entre os profissionais, implicando diretamente no cuidado aos usuários. Apesar da união de profissionais de diferentes categorias, a troca entre esses ocorria de forma limitada, com atuação dentro da própria especificidade, não contemplando a interdisciplinaridade, tão fundamental na ESF. Diante do exposto, optou-se pela inclusão de dinâmicas de grupo, complementares à metodologia de aprendizagem, objetivando diferenciar e vivenciar o trabalho em equipe (versus “trabalho em grupo”). Para isso, foram utilizadas três dinâmicas: Dinâmica da Bola, que aborda a importância de todos os membros, trazendo a reflexão de conceitos para o trabalho em equipe; Dinâmica da Teia, com objetivo de discutir a importância da comunicação, interação e construção de uma rede de apoio e coletividade; e do Tangram, a qual estimula a criatividade, a colaboração e trabalho em equipe. A partir do quarto encontro, já foi possível observar mudanças nas relações internas e na organização do processo de trabalho. Percebeu-se que as atividades possibilitaram a reflexão e consequentemente mudança na lógica de atuação, partindo da prática individualizada/fragmentada para uma prática coletiva/compartilhada. Desta forma, o NEPS tem como perspectiva dar continuidade às atividades propostas, buscando contribuir para melhora da comunicação e para construção de saberes e fazeres coletivos.