A superlotação é um fenômeno notório nos serviços de atendimento às urgências e emergências de todo o país, sendo um elemento desfavorável à qualidade da assistência e que demonstra a fragilidade de todo o sistema de saúde, especialmente na região amazônica ocidental, marcada pela centralização do modelo assistencial. Nesse sentido, o presente estudo buscou analisar o desafio da superlotação em um hospital de urgência e emergência do município de Porto Velho – RO. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, constituída de observação in loco, revisão bibliográfica sobre o assunto e aplicação da metodologia de problematização do Arco de Maguerez para análise dos achados. Diante disso, evidenciou-se como causas do problema a centralização da assistência para a instituição analisada, a demanda excessiva pelo serviço, a subutilização dos demais serviços de urgência da região, a cultura da população e o despreparo profissional, tendo como hipóteses de solução possíveis intervenções estruturais e processuais que levariam a maior organização do fluxo de pacientes, consequentemente, atenuando o problema da superlotação. O serviço de atendimento às urgências do município analisado é um reflexo do funcionamento da rede assistencial como um todo, começando através da gestão, perpassando a Atenção Primária à Saúde e atingindo os demais níveis de complexidade, dificultando a consolidação da integralidade da assistência.