Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
Características epidemiológicas do transtorno mental relacionado ao trabalho da enfermagem
Relatoria:
Merari Gomes de Souza
Autores:
- Dora Yoko Nozaki Goto
- Elaine Cristina Viera de Oliveira
- Daniele Fabris
- Maria Carolina da Silva Leal
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A equipe de enfermagem está submetida a grande carga de trabalho, o que envolve alta demanda física e psicológica desses profissionais. Dentre as doenças ocupacionais mais comuns que acometem os profissionais de enfermagem estão os transtornos mentais e comportamentais. O presente estudo descritivo tem abordagem quantitativa e objetivou descrever a ocorrência de transtorno mental na categoria de enfermagem. A população consistiu de casos de transtorno mental notificados no Sistema de Informação de Notificação Compulsória (Sinan) no Paraná, no período de 2010 a 2018. As variáveis utilizadas foram ocupação, regional e município de residência, faixa etária, sexo, raça-cor, escolaridade, situação no mercado de trabalho, conduta geral e evolução do caso. A análise dos dados ocorreu por distribuição de frequência e percentual. Entre os anos de 2010 a 2018 foram notificados 21 casos de transtorno mental relacionado ao trabalho em profissionais da enfermagem em 12 municípios do Paraná, distribuídos em nove regionais de saúde, sendo que 47,6% dos casos ocorreram na regional Metropolitana que abrange a capital Curitiba e os municípios ao seu redor, sendo 52,4% enfermeiros, 28,6% técnicos de enfermagem e 19,5% auxiliares de enfermagem. Houve predomínio do sexo feminino (95,2%) na faixa etária de 35 a 49 anos (47,6%) e raça-cor branca (85,7%).A maior parte dos indivíduos era servidor público estatutário (52,4%)e fazia uso de psicofármacos (19,5%). Não houve mudança na organização do trabalho para todos os indivíduos avaliados; em 81% não houve proteção individual ou outra conduta e em 57,1% dos casos não houve afastamento da situação de desgaste mental e do local de trabalho. Quanto à evolução do transtorno mental, 47,6%apresentaram incapacidade temporária. O estudou apontou uma situação de fragilidade e sofrimento psíquico relacionado ao trabalho na enfermagem e demonstrou a existência de poucas ações das instituições para o acolhimento e proteção desse trabalhador indicando a necessidade de se buscar estratégias para evitar seu adoecimento, bem como fomentar políticas públicas para implantação/implementação de programas de atenção à saúde do trabalhador.