Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
O PAPEL DO ENFERMEIRO EM DILEMAS ÉTICOS NA HEMOTRANSFUSÃO EM TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relatoria:
WELSON WESLEY DA COSTA SILVA
Autores:
- Lyrlanda Maria Cavalcante de Almeida
- Francisco Claudemir Rodrigues Ximenes
- Diego Alves Lima
- Maria Gerliane de Queiroz Martins
- Maria Yanca Pereira Martins
- Talita Ramos Bantim
Modalidade:
Pôster
Área:
Ética, Legislação e Trabalho
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
INTRODUÇÃO: Um sistema de saúde é passível de questões e dilemas éticos que, se não resolvidos adequadamente, podem comprometer a atuação do enfermeiro, a qualidade do atendimento ou a autonomia dos usuários. É de senso comum que as Testemunhas de Jeová (TJ) não aceitam a hemotransfusão, mesmo havendo risco de vida (PRATAS; 2016). Essa recusa sustenta-se nos textos bíblicos Génesis que recomendam abstenção de carne por considerar que ela possui uma alma e que assimilar sangue no corpo, pela boca ou pelas veias, viola a lei de Deus. Atualmente estamos vivendo uma diversidade religiosa, o que torna mais freqüente as vivências com as TJ, o que mostra a importância do enfermeiro buscar e ampliar seu conhecimento na área da hematologia e hemoterapia. OBJETIVO: Descrever o papel do enfermeiro, frente a dilemas éticos vivenciados na hemotransfusão em pacientes TJ. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, vivenciados por acadêmicos de enfermagem em um Hospital de referência da região Norte, no período de Junho de 2019. RESULTADOS: Foi observado o enfermeiro frente ao paciente com indicação médica para hemotransfusão, e visto a enfática recusa dos religiosos. O enfermeiro ao saber que essa recusa tem apoio na Constituição Brasileira e também na legislação infraconstitucional respeita, porem mostra os eminentes perigos de vida que o mesmo corre: Risco de choque hipovolêmico, perca de volume intravascular, incapacidade de transportar oxigênio podendo levar disfunção cardíacas e respiratórias e diversas outras alterações. No entanto os TJ defendem a tese que ao invés da hemotransfusão pode-se utilizar eritropoietina humana recombinante, Interleucina-11 recombinante, ácido aminocaprôico e tranexâmico, adesivos teciduais, expansores do volume do plasma e outros. A partir das discussões e pelos princípios Bioéticos a Autonomia sobrepõe a princípio da Beneficência uma vez que pacientes e familiares tem o direito de decidir sobre a sua submissão – ou não - a determinado tratamento médico, livre de interferências e pressões externas, levando em consideração seus valores mais íntimos, sejam morais, éticos, filosóficos ou religiosos. CONCLUSÃO: Os profissionais de saúde primam pelo cuidado integral do paciente, respeitando também os princípios bioéticos: beneficência - assegurando o bem-estar dos TJ, maximizando os possíveis benefícios das intervenções necessárias; não maleficência - primando por não causar dano ao paciente.