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Anais - 22º CBCENF

Resumo

Título:
Caracterização e fatores associados à Doença Crítica Crônica em pacientes traumatizados
Relatoria:
Matheus da Cunha Paris
Autores:
  • Maicon Henrique Lentsck
  • Marcos Maciel da Silva
  • Jade Nayme Blanski Alves
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A Doença Crítica Crônica (DCC) descreve pacientes que sobrevivem à doença crítica, mas que permanecem dependentes de terapia intensiva por longo tempo ou pelo resto de suas vidas. O trauma desencadeia alterações estruturais ou desequilíbrio fisiológico, gera consequências imediatas e a longo prazo, podendo deixar o paciente dependente de cuidados intensivos prolongados, caracterizando-os como críticos crônicos. Objetivos: Caracterizar pacientes internados em uma UTI com DCC e determinar os fatores associados ao seu desenvolvimento. Metodologia: Coorte retrospectiva em uma UTI geral da região centro sul do Paraná entre janeiro de 2013 e dezembro de 2016, que acompanhou pacientes hospitalizados por trauma. Critérios de inclusão: ser vítima de trauma e ser considerado como doente crítico crônico, conforme consenso do Medicare e Medicaid nos Estados Unidos da América, que considera 8 dias de internação em UTI com uma ou mais das seguintes condições: uso de ventilação mecânica, traqueostomia, Acidente Vascular Cerebral, Traumatismo Crânio Encefálico, Sepse ou lesão grave; de exclusão: intoxicação exógena, queimaduras e ser menor de 18 anos. A coleta dos dados foi por análise em prontuários. Foram selecionadas variáveis sociodemográficas, características clínicas, do trauma, do atendimento pré-hospitalar e de procedimentos na UTI. Para descrever o perfil foram construídas tabelas de frequência e proporção. Para comparar as variáveis categóricas foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson ou exato de Fischer. Para comparação das variáveis numéricas entre dois grupos foi utilizado o teste t de Student ou Mann-Whitney. Resultados: O perfil sociodemográfico dos indivíduos com DCC demonstrou que a maioria era do sexo masculino (97,6%), entre 18 e 39 anos (68,3%). A principal causa externa foi os acidentes de trânsito (78,0%) e, a respeito do tipo de trauma, 97,6% dos pacientes com DCC sofreram trauma contuso. Além disso, 97,6% dos pacientes apresentaram infecção pulmonar e 58,5% desenvolveram lesão por pressão. Em relação à associação, o desenvolvimento da DCC foi associado ao sexo (p=0,007), ao menor número de comorbidades (p<0,001), trauma contuso (p=0,004) e maior gravidade do trauma (p<0,001). Conclusão: Pacientes traumatizados que desenvolveram DCC são graves, complexos e demandam elevada carga de cuidados intensivos. Seu desenvolvimento esteve associado ao sexo masculino, menor número de comorbidades, maior gravidade do trauma e trauma contuso.