Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E SUAS REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS EM PUÉRPERAS SUBMETIDAS A PARTO NATURAL
Relatoria:
Cintia do Nascimento Silva
Autores:
- Marbenia Venik Lopes de Oliveira Barbosa
- Reilanne Santana Sousa
- Diego Alves Lima
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Monografia
Resumo:
INTRODUÇÃO: A gravidez é uma experiência significativa na vida da mulher, notada por alterações físicas e emocionais. Embora muitos avanços alcançados no que tange as práticas assistências no Brasil, com evidência ao período que envolve o gestar e parir, ainda observa-se a constância de condutas excessivas e desnecessárias, pautadas muitas vezes na medicalização e práticas sem justificativas clínicas que modificam as ações humanizadas no cuidado ao parto e nascimento. Tais eventos são considerados violação dos direitos e caracteriza-se como ato de violência. Nesse sentido, a vivência da violência obstétrica pode repercutir de modo expressivo na vida das mulheres, resultando em sofrimento psíquico. OBJETIVO: Descrever as repercussões psicológicas da vivência da violência obstétrica em puérperas submetidas a parto natural. METODOLOGIA: Tratou-se de pesquisa de caráter descritivo–exploratório com abordagem qualitativa, realizada em um hospital de referência em obstetrícia no interior do Ceará, durante o segundo semestre do ano de 2017. A coleta de dados deu-se através de uma entrevista semiestruturada, tendo sua análise feita por meio da categorização das falas proposta por Minayo. O estudo contou com 23 participantes, maioria de 15 a 20 anos, sendo em sua totalidade puérperas advindas de parto normal que vivenciaram a violência obstétrica durante o processo de parturição. RESULTADOS: Constatou-se que os principais tipos de violência sofridos durante o parto foram a negação de acompanhante, dificuldade de obter informações, violência verbal, manobra de kristeller e uso desmedido de ocitocina. Tais prática causaram nas puérperas sentimentos negativos, como abandono, solidão, medo, tristeza, sensação de desprezo e desvalorização. Além do comprometimento da relação mãe-filho nas primeiras horas de vida. CONCLUSÃO: É notória a existência de políticas de saúde voltadas para a atenção obstétrica, porém na prática elas não são efetivadas de forma eficaz. Nesse sentido, este estudo reafirma a existência de condutas desnecessárias que acarretaram além da dor física, influências psicológicas negativas. A mudança desse cenário só ocorrerá de fato, quando a mulher deixar de ser um agente passivo no processo de parturição e a assistência prestada assumir um novo modelo de atenção. Essas modificações vão além da formulação de políticas de saúde, exigem a efetivação destas por meio dos profissionais envolvidos nesse contexto.