O tabagismo representa um problema de saúde pública, não somente nos países desenvolvidos como também em países em desenvolvimento, como o Brasil. O tabaco, em todas as suas formas, aumenta o risco de mortes prematuras e limitações físicas, acarretando elevados custos na saúde. O estudo visou identificar as representações sobre o cigarro apontadas por usuários do Grupo de Apoio ao Tabagista do município de Baixo Guandu – ES. Tratou-se de um estudo descritivo de abordagem qualiquantitativa realizado neste grupo, o qual possui 286 usuários cadastrados. 100 usuários do serviço aceitaram participar do estudo. Foram realizadas entrevistas gravadas cujo ponto de evocação foi a pergunta: quando se fala de cigarro, o que vem em sua mente? As respostas foram transcritas e extraídas as evocações pelo software IRaMuTeQ versão 0.7 Alpha 2. Como resultado foi obtido a wordcloud e análise de similitude para avaliação das evocações. A palavra que mais se destacou foi “fumar” tendo a frequência de 177 vezes, a qual é atribuída tanto à ideia de querer cessar o hábito quanto de praticá-lo. Outro ponto destacado é que o cigarro é representado como ‘doença/vício’ o qual é direcionado para o alívio do estresse, mas gera problemas de saúde e leva à morte, destacado no dendograma classe 5 em 23,9%. Conclui-se que o cigarro é visto como algo que acalma, tornando-se um refúgio em momentos difíceis ao mesmo tempo em que é considerado um problema. Um dos grandes desafios para a mudança do paradigma no tabagismo é a desconstrução de sentimentos relacionados à associação do cigarro ao alívio da ansiedade, visto que proporciona tranquilidade e bem-estar momentâneo, favorecendo o vínculo à dependência. A percepção dos usuários permite elaborar estratégias e aplicar ações apropriadas visando à integralidade do cuidado e a conclusão do tratamento com êxito.