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Anais - 21º CBCENF

Resumo

Título:
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA AIDS PARA PORTADORES DA SÍNDROME
Relatoria:
RENATA LACERDA MARQUES STEFAISK
Autores:
  • Denize Cristina de Oliveira
  • Sergio Corrêa Marques
  • Yndira Yta Machado
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Valorização, Cuidado e Tecnologias
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
O estudo integra o projeto “Qualidade de vida e suas construções simbólicas entre pessoas que vivem com HIV/Aids no estado do Rio de Janeiro”. Diante da complexidade da epidemia da aids no Brasil é relevante apreender os aspectos psicossociais do viver com HIV, de modo a possibilitar uma atenção integral e humanizada a esse grupo. Estudo qualitativo, desenvolvido com 184 sujeitos que vivem com HIV. Foi aplicado um questionário de evocações livres com o termo indutor “aids”, realizada a análise prototípica com o software EVOC 2005. O possível núcleo central possui um predomínio de palavras negativas que são preconceito, tristeza, medo e morte, acompanhadas por doença normal, de caráter positivo. O termo preconceito possui maior frequência, demonstrando a vivência real ou imaginária do preconceito pelo grupo. Os termos tristeza e medo expressam a dimensão afetiva, refletindo os sentimentos que acompanham a doença. O termo morte expressa uma imagem que acompanha a aids desde o seu início, demonstrando a possibilidade da destruição da vida. O termo doença normal reflete uma concepção de normalização da aids, colocando-a como uma doença passível de tratamento. No sistema periférico, o termo positivo cuidados saúde se relaciona ao termo doença normal e se refere às estratégias colocadas em prática para cuidar da própria saúde e preservar a vida. Os elementos força de vontade, prevenção e tratamento reforçam o termo cuidados saúde e se referem às práticas de autocuidado dos indivíduos acometidos pela doença, reforçando também o esforço desse indivíduo para manutenção do tratamento e da qualidade de vida. Os elementos depressão e sofrimento remetem à dimensão afetiva negativa presente no núcleo central, podendo estar associados às consequências do preconceito e da possibilidade da morte. A zona de contraste contém os termos ruim, expressando uma atitude negativa frente à doença e ao preconceito, e vida normal, que se associa ao termo doença normal, expressando o enfrentamento da doença. A representação da aids é organizada por elementos afetivos e imagéticos negativos e conceitual positivo, demonstrando a permanência de conteúdos da representação do início da epidemia, ao lado de uma nova concepção da doença como normal. Essa forma de conhecimento da doença aponta também para como os seus portadores lidam com a mesma, o que pode orientar uma prática assistencial integral e direcionada para as necessidades dos sujeitos.