A visita domiciliar é uma oportunidade única em que nós profissionais de saúde podemos acolher e sermos acolhidos pelo paciente, familiares e cuidadores. Neste relato de experiência, apresentamos uma breve reflexão sobre um conjunto de ações vivenciadas por três enfermeiros estomaterapeutas atuantes no interior do estado de São Paulo, no período de 2012 a 2018, totalizando aproximadamente 40 pacientes atendidos ao mês, em domicilio. As visitas domiciliares foram realizadas por enfermeiros estomaterapeutas, frequentemente indicados aos pacientes, pelo cirurgião coloproctologista e equipe, pela coordenadora do Serviço de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas, ou por Instituições da região que não possuem um serviço de atenção ao estomizado. A primeira consulta é fundamental pois é estabelecida uma relação de confiança entre profissional e paciente, e então é realizada a anamnese, exame físico e o preenchimento de uma ficha de atendimento específica para pacientes estomizados. É também realizada algumas orientações como a realização do autocuidado (higiene, vestuário e adaptação dos hábitos diários), a indicação e o uso correto do equipamento coletor e adjuvantes adequados à cada necessidade (equipamento de uma ou duas peças, drenável ou fechada, opaca ou transparente, convexa ou plana), orientações sobre as possíveis complicações que podem ocorrer, bem como prevení-las (dermatite, prolapso, hérnia, desabamento, necrose), e também orientação sobre os direitos da pessoa ostomizada por meio da Portaria no. 400, de 16 de novembro de 2009 (atenção integral à saúde às pessoas ostomizadas) e a Lei no. 9.656, de 3 de junho de 1998 (sobre o fornecimento obrigatório de equipamentos coletores pelos planos privados de assistência à saúde). As visitas posteriores focalizavam na continuação do aprendizado do autocuidado e qualidade de vida. É competência do enfermeiro estomaterapeuta proporcionar o suporte para o enfrentamento à nova condição do estomizado, principalmente nos casos de confecção de um estoma definitivo, visto que há uma mudança permanente na função anatômica, fisiológica, social e psicológica. É necessário que a enfermagem esteja capacitada para promover a completa reabilitação deste paciente à sociedade.