As doenças cardiovasculares são causa significativa de morbidade em crianças, sendo estas doenças divididas em doenças congênitas e doenças adquiridas. O número de bebês que nascem com cardiopatias congênitas é elevado e muitas delas têm a necessidade de serem corrigidas ainda no primeiro ano de vida (AHA, 2006). O pós-operatório de cirurgia cardíaca exige uma grande complexidade de cuidados de enfermagem, sendo de extrema importância que o enfermeiro esteja atento às principais complicações que podem surgir, característicos de cada uma das cardiopatias congênitas. Diante disso, este estudo teve como objetivo descrever a assistência de enfermagem no pós-operatório de correção cirúrgica de cardiopatias congênitas na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica pós-operatória (UTIP-PO). Foi realizado um relato de experiência no período de janeiro a junho de 2016, na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica pós-operatória, em um Hospital pediátrico de referência no Ceará. Os dados foram coletados através da observação e descrição pelos enfermeiros da UTIP-PO que executaram o cuidado pós-operatório durante o período do estudo. Encontramos que no período de janeiro a junho de 2016, foram registrados na UTIP, 39 casos de problemas cardiovasculares em crianças, entre crianças e adolescentes. Destes, 29 casos (74,35%), corresponderam a crianças que realizaram correção cirúrgica de cardiopatias congênitas. As idades das crianças variaram de 3 meses a 15 anos, sendo a média de permanência na UTIP-PO de 4 dias. Durante esse período ocorreram 2 óbitos (6,9%) de crianças que realizaram correção cirúrgica de cardiopatia congênita, sendo os principais cuidados de enfermagem realizados durante o período pós-operatório: avaliação da coloração de pele e mucosas, monitoramento do estado hemodinâmico, cuidados com o local da incisão cirúrgica, avaliação do estado respiratório através da ausculta pulmonar, avaliação da saturação de oxigênio e monitoramento da ventilação mecânica; inspeção do dreno de tórax e de mediastino, execução de balanço hídrico rigoroso, manutenção adequada dos acessos venosos, instalação e manutenção do cateter para registro de pressão arterial média invasiva, coleta de exames, mudança de decúbito e estímulo à tosse, bem como a orientação à família. Com isso observamos a importância da assistência de enfermagem a fim de reduzir as complicações e o número de óbitos após a cirurgia de correção para as cardiopatias congênitas garantindo alta da UTI o mais breve.