INTRODUÇÃO: Os profissionais da saúde manuseiam e utilizam diariamente materiais perfurocortantes que entram em contato diretamente com sangue e outros fluídos corporais que podem estar contaminados. O risco de infecção deve ser considerado após a ocorrência de qualquer acidente com esses materiais. Os riscos ocupacionais são potencializados de acordo com as especificidades de cada setor institucional, sendo o setor de urgência e emergência considerado de alto risco. O protocolo de condutas pós-exposição ocupacional estabelece medidas de atendimento inicial aos profissionais que sofram exposição a material biológico com risco de soroconversão. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo geral analisar a utilização do protocolo pós-exposição a materiais biológicos em um hospital de urgência de Teresina-PI. E os específicos incluem caracterizar os acidentes com perfurocortantes, estimar entre os casos notificados os que seguiram todas as etapas do protocolo pós-exposição a materiais biológicos, e levantar a taxa de abandono do protocolo e as etapas cumpridas entre os casos. O mesmo possui caráter retrospectivo, analítico, documental e abordagem quantitativa. METODOLOGIA: Foi desenvolvida em um hospital de urgência de Teresina-PI, onde foram utilizadas as fichas de notificação do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), referentes aos acidentes com exposição a material biológico, para a coleta dos dados, pertinentes à pesquisa, que foi realizada entre os meses de janeiro e fevereiro de 2016. RESULTADOS: O estudo possibilitou analisar o perfil dos acidentes e observar que o sexo feminino predominou (81,4%); os acidentes prevaleceram entre os técnicos de enfermagem (63,9%), a exposição cutânea foi a mais frequente (78,4%); o sangue foi o material orgânico mais envolvido nos acidentes (78,4%); a agulha com lúmen predominou entre os agentes causadores (46,4%); Em relação ao seguimento do protocolo pós-exposição observou-se que 28 casos (27,8%) foram apenas notificados, configura a taxa de abandono, 1 caso (1,0%) foi acompanhado por 6 semanas, 1 caso (1, 0%) foi acompanhado por 3 meses e 67 casos (69,1%) foram acompanhados por 6 meses. CONCLUSÃO: Espera-se que a pesquisa possa contribuir na sensibilização dos profissionais de saúde em relação à comunicação de acidentes de trabalho, ao uso de EPIs e ao seguimento do protocolo de condutas pós-exposição, e ainda na divulgação do conhecimento produzido sobre a referida temática.