Introdução: No início das civilizações o cuidado à saúde era desenvolvido pelos que enxergavam as plantas como cura, pois seu uso era o principal recurso terapêutico utilizado para tratar as pessoas. Mesmo com o desenvolvimento dos fármacos sintéticos, as plantas medicinais permaneceram como forma alternativa de tratamento em várias partes do mundo. Acredita-se, que o cuidado realizado por meio das plantas medicinais seja favorável à saúde humana, desde que o usuário tenha conhecimento prévio de sua finalidade, preparo, riscos e benefícios. Objetivo: Descrever os saberes e práticas de uma família sobre o uso terapêutico de plantas medicinais. Método: Trata-se de um relato de experiência, intervencional, o qual através de entrevistas e observações das práticas de cuidado em saúde de uma família descrita pela Unidade de Saúde da Família em Vitória de Santo Antão-PE planejou-se estratégias de intervenção abordando o uso de plantas medicinais. O foco da experiência foi a promoção da autonomia da família nesta prática complementar de cuidado, realizada em janeiro de 2014. Resultados: Observando que esta prática era a única aceita pela família para os cuidados em saúde, sendo fragilizado o vínculo com a USF, realizou-se um treinamento na Universidade Federal de Pernambuco de forma multidisciplinar com o curso de Farmácia, para a elaboração de um “caderno de preparo de plantas medicinais” conforme as plantas disponíveis no quintal da família. Em forma de oficina, entregou-se o caderno e apresentaram-se todos os modos de preparo. Observou-se que ocorreu uma aproximação entre os mesmos, pois a grande maioria dos vegetais citados pelos entrevistados apresentava suas indicações terapêuticas confirmadas em estudos científicos. Conclusão: Desta forma acredita-se que o poder curativo das plantas medicinais não deve ser apenas considerado como uma tradição, mas sim, uma área da ciência, que deve ser estudada e aperfeiçoada para ser aplicada de forma segura e eficaz por profissionais da saúde. Este é um espaço do conhecimento popular que pode ser utilizado pela enfermagem como um instrumento de proximidade, autonomia e de valorização da cultura.