INTRODUÇÃO: O câncer de próstata é o tipo de neoplasia mais comum no universo masculino, ocupando a sexta colocação no ranking mundial, sendo a principal causa de adoecimento e diagnóstico tardio em homens com a faixa etária acima de 40 anos. O modelo mais eficaz de prevenção deve ser realizado na atenção primária, por meio de educação e saúde, com ênfase na detecção precoce. Todavia, determinados posicionamentos masculinos configuram-se como entraves diante do processo saúde-doença-intervenção e na relação profissional-paciente-serviço de saúde. OBJETIVO: Analisar os entraves da detecção precoce do câncer de próstata na visão de homens assistidos na Estratégia Saúde da Família. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional descritivo com delineamento quantitativo, desenvolvido no município de Cuité – PB com 62 homens cadastrados e acompanhados nas Unidades de Saúde da Família. Após aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Lauro Wanderley (CEP/HULW) sob parecer nº 919.217, os dados foram coletados com a utilização de um questionário. RESULTADOS: Dentre as dificuldades identificadas que interferem no processo de diagnóstico precoce estão: a masculinidade hegemônica; a falta de conhecimento sobre a doença e medidas preventivas; horários de atendimento dos serviços de saúde e a incompatibilidade com a disponibilidade dos usuários, incluindo a extensão da fila de espera e a não adesão do usuário ao serviço. A masculinidade hegemônica revela-se como o principal entrave, comportando-se o homem como ser indestrutível e buscando os serviços de saúde apenas em situações curativas e não preventivas. Um dos maiores desafios do diagnóstico precoce do carcinoma prostático é a realização do toque retal, e isso se deve a um histórico permeado por tabus que cercam esse mecanismo preventivo estereotipado como perda da masculinidade. CONCLUSÃO: É necessário que enfermagem possa desfazer esses entraves, elaborando estratégias que sensibilizem o público masculino a uma efetiva adesão às ações preventivas realizadas no âmbito da atenção primária, minimizando assim as dificuldades evidenciadas diante do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A desmistificação de medos e preconceitos, como responsabilidade do enfermeiro, possibilita a garantia de melhores níveis de qualidade de vida à população masculina.