Os transtornos mentais e comportamentais constituem um grave problema de saúde pública, onde cerca de 15 a 20% da população brasileira apresenta algum tipo de sofrimento psicossocial, no qual menos da metade recebe atenção devida. A ação de educação em saúde é uma das principais estratégias no tratamento desses pacientes, sendo parte importante do trabalho do enfermeiro, cuja participação pode ser um diferencial no cuidado, aliando esta prática ao seu processo de cuidados. Objetivou-se Discutir a relevância do enfermeiro na educação em saúde mental na atenção primária. Para tanto realizou-se um estudo bibliográfico, de cunho descritivo. A pesquisa foi realizada nas bases de dados virtuais em saúde: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SCIELO e LILACS, em junho de 2015. A busca rendeu 35 artigos, e destes 10 foram incluídos neste estudo com a utilização dos seguintes critérios de inclusão: artigos originais publicados entre os anos de 2009 a 2015, com textos na íntegra disponíveis on-line e publicados no idioma português. Dos resultados obtidos foi possível constatar que na maioria das vezes o primeiro contato de atenção à saúde do indivíduo com transtorno mental é através da Atenção Primária, e a partir do cuidado nesse nível de atenção é que ocorre o encaminhamento, quando necessário, a serviços especializados em Saúde Mental. Foi observado que o profissional da enfermagem é responsável por uma assistência humanizada, através de ações em educação que visam o tratamento, promoção, prevenção e reabilitação da saúde, tornando a sua atuação relevante, pois promove a reinserção desses indivíduos no contexto da comunidade, bem como proporciona a escuta qualificada o que possibilita um melhor acolhimento dos pacientes nos sistemas públicos de saúde e o estabelecimento de vínculos com a família. Evidenciou-se que a equipe de enfermagem torna-se essencial para assistência integral à saúde de sujeitos com sofrimento psíquico, através de práticas educativas que contribuem para a promoção à saúde. Porém, ainda há deficiência na formação acadêmica e na prática profissional dos enfermeiros para aplicar ações de promoção à saúde, bem como de assistência integral, necessitando de uma capacitação em saúde mental dos profissionais da atenção básica, assim como a produção de novos estudos com esta temática.