Planejar uma família é um processo complexo para qualquer pessoa ou casal, envolvendo decisões difíceis. Para pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA), o desafio é maximizado pelos obstáculos impostos pela infecção que, por vezes, vem acompanhada do preconceito e segregação social. O objetivo desse estudo foi analisar os conhecimentos, vivências e comportamentos acerca de planejamento familiar e reprodutivo de PVHA atendidas em um serviço de referência estadual do Maranhão, buscando identificar aspectos comportamentais relacionados ao planejamento familiar e reprodutivo, levantar a correlação entre a soropositividade para o HIV e o desejo de maternidade/paternidade e descrever as atividades de planejamento familiar e reprodutivo desenvolvidas no serviço pesquisado. Tratou-se de um estudo analítico com abordagem qualitativa. A amostra foi formada por doze (12) pessoas do sexo feminino e oito (8) do sexo masculino atendidas no Serviço Ambulatorial Especializado do Hospital Estadual Presidente Vargas em São Luís - MA. Os dados foram coletados através de entrevista semiestruturada, gravada, realizada entre os meses de agosto e setembro de 2014. Os entrevistados tinham idade entre 25 e 56 anos e diagnóstico de HIV há pelo menos seis (6) meses. Os resultados desse estudo evidenciaram mudanças no comportamento preventivo dos participantes com maior adesão ao preservativo masculino nas relações sexuais após a descoberta da soropositividade; a não utilização do método de proteção dupla, o que traz preocupação em relação a uma concepção indesejada, com aumento do risco de transmissão vertical; a presença de sentimentos de medo, insegurança e até desesperança relacionados a temática da concepção na presença do HIV e a ausência de atividades específicas de planejamento familiar e reprodutivo no serviço pesquisado. Espera-se que esses resultados motivem novas pesquisas sobre o tema na expectativa de assegurar o planejamento familiar como direito sexual e reprodutivo para as PVHA.