INTRODUÇÃO/OBJETIVO: O câncer de cabeça e pescoço (CCP) comumente tem um mau prognóstico, embora tenha lesões bem visíveis, pois na maioria dos casos os pacientes procuram assistência médica quando a doença está em estágio avançado. Esta fase, aliada ao estigma da morte atrelado ao câncer, permite que o paciente e sua família demonstrem sentimentos de ansiedade, tristeza e o medo do fim da vida. Diante disto, a enfermagem, inserida na equipe multidisciplinar, presta os cuidados paliativos, cujo objetivo principal é melhorar a qualidade de vida do indivíduo. Entretanto, os profissionais podem se deparar com situações complexas relacionadas à idade do paciente e à necessidade de tomar decisões éticas. Este trabalho tem, então, como objetivo trazer uma reflexão sobre os dilemas éticos encontrados frente aos cuidados paliativos prestados ao paciente com CCP. METODOLOGIA: Trata-se do relato de experiência de profissionais de enfermagem inseridos no setor de CCP de um hospital de oncologia norteriograndense. RESULTADOS: Os principais dilemas éticos relacionados à prestação de cuidados paliativos ao paciente com CCP estão relacionados ao suporte ventilatório, como oxigenioterapia e aspiração de vias áreas; suspensão da alimentação e hidratação; decisão sobre não reanimar; controle de hemorragias abundantes e comunicação do prognóstico ao paciente/família. São comuns também as divergências entre a vontade de finitude da vida expressa pelo paciente e pelos familiares, assim como o posicionamento dos profissionais frente à idade do paciente, especialmente quando este é jovem. Diante do paciente com CCP em fase avançada, a equipe de enfermagem promove o conforto físico e, atrelada à equipe multidisciplinar, o conforto psicológico, social e espiritual, a fim de garantir um fim de vida com menos sofrimento, assim como o apoio à família durante a fase terminal da doença. CONCLUSÕES: Na prestação de cuidados paliativos ao paciente com CCP, deve prevalecer, conforme sua capacidade cognitiva, a autonomia do paciente frente ao planejamento dos cuidados paliativos, já que estes remetem ao princípio ético da integridade e à abordagem holística.