INTRODUÇÃO: A traqueostomia é um procedimento comumente realizado em pacientes com neoplasia de cabeça e pescoço, com o objetivo de promover suporte ventilatório prolongado na presença de lesão em estágio avançado. A enfermagem, por estar mais próxima na prestação dos cuidados ao traqueostomizado, lida com constantes situações que devem envolver a ética e a humanização, principalmente diante da dificuldade de comunicação que esse paciente enfrenta. Objetiva-se, então, relatar alguns aspectos éticos e humanísticos encontrados durante a assistência ao paciente traqueostomizado. METODOLOGIA: Trata-se do relato de experiência de profissionais de enfermagem inseridos no setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço de um hospital de oncologia. RESULTADOS: O nível de estresse no período pós-operatório aliado à presença da cânula traqueal causa ao paciente traqueostomizado o desconforto físico e emocional. A enfermagem, juntamente com a equipe multidisciplinar, deve estar presente na promoção do cuidado holístico, com base em aspectos éticos que regulamentam o seu processo de trabalho. Este inclui estar atento às complicações do pós-operatório de traqueostomia, tais como hemorragias, hipóxia, edema traqueal, enfisema subcutâneo, fístulas, obstrução da cânula e infecção. Além dos cuidados que preveem o conforto físico, tais como administração de analgésicos, aspiração endotraqueal, mudança de decúbito e promoção da higiene corporal, a enfermagem está presente na promoção da comunicação não verbal, que faz parte do planejamento de uma assistência humanizada, tendo em vista que a comunicação é uma necessidade humana básica do processo de relação interpessoal. Vale salientar ainda a promoção do vínculo entre profissional, família e paciente, tendo em vista que comumente os traqueostomizados possuem maior tempo de internação em virtude da maior vulnerabilidade às complicações, que o tornam mais dependentes dos cuidados da enfermagem. CONCLUSÃO: Para que a assistência de enfermagem ao paciente traqueostomizado possa ser humanizada, deve-se levar em consideração as crenças e os valores culturais do paciente e sua família, a qual é a unidade do cuidado, bem como os aspectos éticos e legais que regulamentam a profissão. Conhecer as necessidades do paciente está entre as bases do processo de humanização e prestação de uma assistência holística.