O Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) tornou-se pioneiro no cenário mundial ao propor atendimento à saúde reprodutiva das mulheres em lugar de práticas isoladas de planejamento familiar. Todavia, a discutível qualidade dessa assistência no Brasil configura-se por fatores diversos: desde a falta de informação da população aliada às barreiras no acesso aos serviços qualificados de saúde até as limitações das próprias tecnologias contraceptivas. O objetivo do presente estudo é realizar um levantamento da produção científica acerca das ações desempenhadas na atenção primária atinente ao programa de planejamento reprodutivo. O estudo bibliográfico do tipo exploratório, realizado de janeiro a fevereiro de 2014, mediante análise e investigação dos resumos com data de publicação entre 2003-2013 e temática semelhante ao da pesquisa, obtendo 29 artigos, dos quais foram selecionados 16 que se enquadrassem ao escopo do estudo. Os resultados evidenciaram que a saúde sexual e reprodutiva figura na atualidade como uma relevante inquietação da área da Saúde, posto que problemas neste nível de atenção comprometem a qualidade de vida de toda uma comunidade. Um dos fatores que comprometem a qualidade dessa atenção é a ausência de sistematização do trabalho em equipe, com determinação de atribuições e tarefas. É pertinente realizar um melhor delineamento de estratégias para captar a mulher adulta não grávida, bem como a capacitação dos profissionais para abordar a sexualidade juvenil, o respeito aos direitos sexuais e reprodutivos no âmbito de outros programas de alcance nacional. As tecnologias leves em saúde, como o acolhimento, o vínculo, a autonomização e a gestão compartilhada dos processos de trabalho são orientadores das práticas em saúde, especialmente no que se refere à Atenção Primária. Destarte, o planejamento reprodutivo assume a sua devida importância ao proporcionar à mulher o livre exercício da sua sexualidade e opção ou não pela maternidade, no momento que lhe convier, assim como a proteção contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis. De tal modo, os profissionais de saúde da atenção primária precisam estar cientes do seu dever, ao ofertar uma assistência humana, qualificada e integral a todas as mulheres que adentrarem ao serviço de saúde.