Introdução: Os Serviços de Residência Terapêutica (SRT) constituem uma das alternativas à hospitalização de pacientes portadores de transtorno mental. Trata-se de uma iniciativa recente dentre as tantas outras surgidas após a reforma psiquiátrica em 1986. Através destes serviços, pacientes que antes estavam em leitos hospitalares passam a ser assistidos em uma residência em convívio de poucos outros, sendo cuidados por um responsável, que passa a administrar o recurso recebido para este fim. Os ex-internos passam agora a receber visita de profissionais de saúde e a direcionarem-se aos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Esse modelo idealiza a inclusão social como fator indispensável no tratamento e reabilitação de pacientes acometidos por transtornos mentais. Objetivos: Evidenciar através de um relato de experiência, a importância dos Serviços de Residência Terapêutica no tratamento de portadores de transtorno mental a partir de visita a um SRT em Teresina-PI. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, de caráter descritivo, ocorrida durante visita em aulas práticas da disciplina Terapia Comunitária, do curso de Enfermagem a um residencial terapêutico, durante os meses de janeiro a abril de 2014. Resultados: A residência terapêutica visitada conta com um número de seis moradores, sendo que todos já foram internados em hospital psiquiátrico. Ao colher seus relatos, os mesmos avaliam de forma positiva o ambiente no qual residem e, unanimamente, desaprovam o modelo hospitalocêntrico. Todas as atividades da vida diária são desenvolvidas pelos próprios residentes, sendo o papel do cuidador o de assisti-los em suas necessidades, tratar das movimentações financeiras, fazer o acompanhamento em atividades fora da residência, dentre outras, que não caracterizam a dependência direta da sua intervenção em atividades básicas. O ambiente visitado é organizado e limpo, a estabilidade emocional e a interação social são detectáveis. Conclusão: Os SRT como modelo terapêutico e inclusivo cumprem o seu papel positivo na reabilitação de portadores de transtorno mental ex-internos em hospitais psiquiátricos, evidenciado pelos seus próprios relatos, retomada de atividades da vida diária, e estabilidade psíquica, onde a recuperação da identidade, da independência e do papel social estão presentes e a terapia medicamentosa passa a ser não mais uma obrigatoriedade, mas um complemento ao tratamento.