O modelo tradicional de assistência à saúde priorizava as consultas médicas individuais, com enfoque na doença e na cura. Com a criação do Sistema Único de Saúde, em 1988, cuja diretriz mais ambiciosa pauta-se na integralidade da atenção, tornou-se imprescindível a busca de uma nova forma de organização dos processos de trabalho em saúde que valorizasse o espaço da coletividade enquanto espaço de cuidado, reconhecendo as necessidades da população e intervindo de forma eficaz. Assim, priorizou-se a saúde no âmbito da atenção básica, implantando a Estratégia Saúde da Família (ESF) cujo foco da atenção dessas equipes de saúde é a unidade familiar. As diretrizes da ESF colocam em pauta conceitos como vínculo, acolhimento e cuidado no contexto de uma atenção humanizada, devendo ser vista como um dispositivo de atendimento também ao portador de transtorno mental, contribuindo com os pressupostos da Reforma Psiquiátrica Brasileira que promoveu uma ruptura com o modelo hospitalocêntrico, assegurando uma política de reabilitação e inclusão social por meio de serviços de saúde mental não hospitalares, e a equipe de enfermagem está inserida em todo o processo de atendimento ao portador de transtorno mental, bem como de seus familiares. O objetivo deste trabalho é identificar de que forma se dá atenção em saúde mental no âmbito da ESF pela equipe de enfermagem, dessa forma realizou-se uma revisão da literatura em bases de dados da saúde seguindo alguns critérios para dar ênfase ao objetivo proposto: a abrangência temporal e idioma dos artigos. Nos artigos estudados identificou-se a relação estreita da equipe de enfermagem com os pacientes e familiares que sofrem com doença mental/sofrimento psíquico, muito embora alguns autores relatem as dificuldades dos profissionais em cumprirem toda a agenda proposta das unidades de saúde, sendo ressaltadas as diversas atribuições e a falta de suporte para lidar com as especificidades da doença mental como grandes desafios a uma atenção de qualidade. Sendo assim, é perceptível a existência de fatores que interferem a equipe de enfermagem nas ações em saúde mental no âmbito da ESF, deste modo, é necessário um esforço mútuo para assistir integralmente os indivíduos e famílias, desenvolvendo ações para as necessidades de ordem mental, contribuindo para uma melhor qualidade de vida de todos.