Anais - 16º CBCENF
Resumo
Título:
A VIVÊNCIA DE MULHERES SOBRE (CONTRA)CONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA
Relatoria:
THALYTA FRANCISCA RODRIGUES DE MEDEIROS
Autores:
- Sheila Milena Pessoa dos Santos
- Elisabete Oliveira Colaço
- Roberta Lima Gonçalves
- Hortência Alves Soares
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Acessibilidade e sustentabilidade no SUS
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: a contracepção na adolescência ainda não está superada como objeto de políticas públicas, observa-se a dissociação entre as necessidades femininas e a atenção prestada nos serviços de saúde. Compreende-se que as dificuldades, desconsideradas no campo da assistência, guardam relação com as representações sobre a sexualidade, a vulnerabilidade feminina à dominação masculina, às expectativas mais precoces ou tardias de constituição de uma família e a existência ou não de projetos futuros. Assim, torna-se imprescindível a reflexão sobre as relações de gênero para oferta do cuidado conectada às demandas desse grupo. OBJETIVO: analisar a vivência de mulheres sobre contracepção na adolescência da perspectiva de gênero. MÉTODO: estudo qualitativo, descritivo-exploratório. Utilizou-se a entrevista orientada por um roteiro semi-estruturado. Participaram 15 mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos) acompanhadas pela Estratégia de Saúde da Família, na cidade de Lagoa Seca-PB. Os dados foram coletados no período de janeiro a maio de 2013, sendo tratados à luz da análise de conteúdo temática e discutidos de acordo com a literatura. A pesquisa foi aprovada pelo CEP do Hospital Universitário Alcides Carneiro, CAAE no. 03466612.7.0000.5182. RESULTADOS: para todo universo entrevistado a primeira relação sexual aconteceu na adolescência, a maioria (53,3%) não utilizou qualquer método contraceptivo. Daquelas que utilizaram, todas referiram o uso do preservativo masculino, seja devido à falta de conhecimento sobre outros métodos e/ou à percepção de que a responsabilidade seria do parceiro. A utilização do preservativo masculino ocorreu apenas no início dos relacionamentos sexuais, sendo descontinuado logo que o vínculo afetivo foi firmado. A gravidez não planejada ocorreu para a maioria das mulheres (84%), todas na adolescência. Todavia, as mulheres revelaram a satisfação com a expectativa de aquisição de autonomia com a constituição de uma família. CONCLUSÃO: a vivência das mulheres sobre contracepção na adolescência é permeada por vieses de gênero, como a baixa autonomia na escolha do método, a falta de perspectiva fora da união afetiva e a ausência de projetos profissionais. Espera-se que a equipe de saúde fortaleça a prática de cuidados nesse campo e promova a reflexão sobre as repercussões da desigualdade de gênero, no bem-estar e na qualidade de vida das mulheres.