O puerpério é caracterizado por intensas transformações psicossociais e orgânicas, tendo em vista a necessidade de pronta adaptação ao novo membro na família, aliado ao estabelecimento da lactação e ao retorno progressivo às condições corporais pré-gravídicas. Objetivou-se analisar o uso de contraceptivos por puérperas adolescentes, identificando aquelas que estejam em maior risco de engravidar novamente no primeiro trimestre pós-parto. Trata-se de estudo transversal realizado no domicílio de 202 adolescentes, três meses após resolução da gravidez em quatro maternidades de Teresina-PI, incluídas no estudo. O uso de contraceptivos foi referido por quase 95% das jovens sexualmente ativas, sendo o preservativo masculino o mais usado (36,6%). A maioria não estava mais em aleitamento exclusivo (61,8%), relatou o retorno da menstruação (53,0%), bem como a realização de pelo menos uma consulta puerperal (59,4%), destas, 53,0% afirmaram ter recebido orientação sobre contracepção. Conclui-se que número expressivo de puérperas referiu contracepção três meses pós-parto. Entretanto, apesar do padrão satisfatório de uso, o desmame precoce e o retorno da menstruação, assim como o fornecimento de orientações sobre contracepção a apenas uma parcela de puérperas as predispõem ao risco de nova gestação.