Introdução: A adolescência é um período do processo evolutivo humano, no qual ocorrem inúmeras modificações físicas, psicológicas, emocionais e sociais, sendo ainda nessa fase, em que os jovens experimentam desejos, dúvidas, curiosidades, descobertas e no meio de tantas transformações vivenciam a descoberta do próprio corpo e do prazer sexual, muitas vezes compartilhado com o companheiro, resultando em riscos para uma gravidez indesejada. O presente estudo tem como objetivo descrever os fatores de risco que contribuem para a ocorrência da gravidez na adolescência a partir de produções científicas brasileiras. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de revisão integrativa da literatura, desenvolvido a partir de produções científicas identificadas na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), que inclui, dentre outras, as bases de dados SciELO e LILACS. Resultados e discussões: Em se tratando das evidências encontradas, foi possível listar dezenove diferentes fatores de risco, dos quais muitos deles podem ser evidenciados em mais de um estudo dentre aqueles analisados, reforçando ainda mais as evidências enquanto fator de risco para a gravidez na adolescência. A saber: baixa escolaridade da adolescente; abandono escolar por parte da adolescente; idade precoce para o namoro; idade precoce para a primeira relação sexual; relacionamento duradouro; baixas condições socioeconômicas; falta de orientação sexual; não uso de métodos anticoncepcionais; uso inadequado dos métodos anticoncepcionais; dificuldade de acesso aos métodos anticoncepcionais; história materna de gestação na adolescência; baixa escolaridade dos pais; relação conflitante das adolescentes com os pais; uso de álcool e drogas por familiares; rebeldia da adolescente; más companhias; local de moradia próxima ao tráfico de drogas; local de moradia próxima à zona de prostituição; local de moradia próxima à zona de criminalidade. Considerações finais: Diante da complexidade e da multicausalidade desse fenômeno, pensa-se que outros estudos possam contribuir com a discussão das políticas públicas de saúde que atendam as necessidades dos jovens e que os pais, as escolas, a sociedade e as instituições de saúde, reflitam sobre o seu papel fundamental frente a orientação dos jovens e sobre a relevância do trabalho em conjunto no sentido de reduzir a exposição das adolescentes aos fatores de risco para a gestação precoce, diminuindo desta maneira os índices de gestação na adolescência.