Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
PERFIL DE MULHERES QUE SOFRERAM VIOLÊNCIA DE GÊNERO E A INFLUÊNCIA NA SAÚDE MENTAL
Relatoria:
ANA OSMARINA QUARIGUASI MAGALHÃES FROTA
Autores:
- Sarah Patrício Andrade
- Francisca Dulcinalda de Paulo Braga
- Roberta Cavalcante Muniz Lira
- Amélia Romana Almeida Torres
Modalidade:
Pôster
Área:
Vulnerabilidade social
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A desigualdade de gênero constitui uma das grandes contradições da sociedade que se mantém ao longo da história e tem como uma de suas formas de manifestação a violência contra as mulheres. Todavia, questões subjetivas como a vulnerabilidade emocional e a desproteção são sentimentos que afetam a saúde mental e fragilizam a capacidade das vítimas para o enfretamento do problema (Guedes et al, 2009). O estudo objetiva descrever o perfil da mulher que sofre violência doméstica e identificar o impacto na saúde mental das vítimas. Trata-se de uma pesquisa documental descritiva, foram analisados as fichas de investigação de violências notificadas no SINAN em 2011 no município de Sobral – CE. O estudo não envolve direta ou indiretamente seres humanos por tratar apenas de dados epidemiológicos. Os resultados mostram que 44% dos casos ocorreram no domicílio das vítimas, sendo 40% destas casadas. As vítimas foram de ambos os sexos prevalecendo o sexo feminino, com 69% dos casos notificados. A faixa etária varia de 2 a 85 anos, sendo a maioria de 10 a 19 anos (39%). O nível de estudo das vítimas identificado foi o ensino fundamental incompleto. O tipo de violência mais frequente foi a violência física (74%), psicológica (51%) e sexual (17%), visto que uma pessoa pode ter sofrido mais de um tipo de violência. A violência sexual mais registrada foi estupro (11%) e assédio sexual (9%). O sexo feminino foi quem mais sofreu violência física e psicológica. Os meios de agressão mais comum foram a força corporal/espancamento (54%), ameaça (31%) e envenenamento (23%). A natureza da lesão predominante foi contusão, corte/perfuração e intoxicação. Os agressores, em sua maioria são homens e possuem vínculo conjugal com as vítimas. O destino das vítimas foram encaminhamentos ao Conselho Tutelar, Delegacia de Atendimento à Mulher e ao CREAS. 86% dos casos evoluíram para alta e 6% para óbito. O estudo mostrou que a mulher está mais vulnerável a violência doméstica, e esse tipo de agressão vem desencadeando problemas relacionados à saúde mental. A pressão emocional à qual estão submetidas podem resultar em distúrbios da ansiedade e depressão. A violência tornou-se problema de saúde pública e parte significativa dos problemas de saúde mental pode ser atribuída a violência. Portanto, deve ser feito acompanhamento detalhado desses casos, sendo necessária atuação de equipes multiprofissionais que forneçam apoio e auxílio psicológico para a superação do trauma e reconstrução da vida.