A Atenção Primária a saúde se mostra como lócus privilegiado de assistência e da prestação de cuidado aos indivíduos que sofrem com os mais variados tipos de patologias, sejam elas de cunho biológico e/ou psicológico, ou ainda que necessitem de um olhar para além da medicação, sendo estes sujeitos portadores de transtornos psiquiátricos ou não, é de extrema valia a expandir nossa percepção para além das atividades na Estratégia Saúde da Família que se propalam por todo território onde vivem os usuários. Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de enfermagem, realizado em Setembro de 2011, durante as atividades teóricas e práticas da disciplina Enfermagem Psiquiátrica, do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cajazeiras - PB. Na ocasião, junto com a equipe de saúde local foi feito o acompanhamento aos usuários, através da realização de visitas domiciliares juntamente com os Agentes Comunitários de Saúde através da busca ativa visando a entrega e controle das medicações de forma a beneficiar os usuários. Os dados foram analisados à luz da Política Nacional de Saúde Mental e pelo Sistema Único de Saúde. Os resultados evidenciaram diversos entraves no que concerne as formas em ver o usuário em sofrimento mental, seja pela hegemonia da medicina, ou ainda, pelo posicionamento extremamente biologizante de alguns trabalhadores. A medicação é tomada como tratamento e/ou "cuidado" se restringindo a isso, além da ação de muitos profissionais objetivarem a simples entrega de medicamento. Considera-se que é de grande valia a aproximação dos graduandos com o campo da saúde mental, pois nele foi possível ampliar o campo teórico epistemológico acerca das práticas em saúde mental na atenção básica, realizando-se reflexões, criando-se uma nova concepção de cuidado. Considera-se que essa vivência possibilitou aprendizado dos discentes quanto às competências e habilidades onde o medicamento tem bastante valia em saúde mental, constituindo-se uma das ferramentas, e não a única no tratamento-acompanhamento do sujeito que sofre. Desta forma os profissionais da Estratégia Saúde da Família por estarem próximos da realidade da população precisam focar suas atividades de acordo com as demandas que lhe se são dirigidas, a comunidade deve ter total abertura e conhecimento acerca do que lhe é, porque é e como é direcionado.