Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
HEPATITE C: DESFECHO DOS PACIENTES TRANSPLANTADOS
Relatoria:
EDILBERTO IRINEU DE ARAUJO FILHO
Autores:
- Manoel Austregésilo de Araujo Junior
- Izaildo Tavares Luna
- Lia Ricarte de Menezes
- Maira Di Ciero Miranda
Modalidade:
Pôster
Área:
Determinantes de vida e trabalho
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A infecção pelo Vírus da Hepatite C afeta cerca de 170 milhões de indivíduos em todo o mundo; sendo conhecida como “epidemia silenciosa” é um importante problema de saúde pública, pois grande parte das pessoas infectadas (70% a 80%) desenvolverá algum grau de lesão hepática. Embora, muito se tenha avançado com relação ao tratamento para a hepatite C, é importante salientar que com a terapêutica antiviral, a função hepática se estabiliza, mas as lesões causadas pelos vírus permanecem estáveis; portanto, quanto mais precoce o diagnóstico mais chance tem-se de preservar a função hepática e a saúde do paciente. Assim, este trabalho teve como objetivo conhecer o desfecho dos pacientes transplantados com hepatite C. O estudo foi de natureza quantitativa, do tipo descritivo e exploratório, documental e retrospectivo, a coleta de dados foi realizada por meio da análise dos prontuários de pacientes submetidos a transplante hepático no Hospital Universitário Walter Cantídio em Fortaleza-CE. Constatou-se 246 transplantes hepáticos, realizados entre 2008 e 2010, sendo a principal indicação de transplante a cirrose por hepatite C, com 61 casos (24,85%). Após o transplante, cerca de 70% dos pacientes (42 transplantados) estão sobrevivendo sendo acompanhados e recebendo as medicações. Desses 42 pacientes, dez (16,4%) apresentaram recidiva do vírus, em cinco casos (50%) a doença se manifestou em menos de um ano pós-transplantes, e os outros 50% se manifestaram de um a dois anos após o transplante. A recidiva precoce, após os primeiros meses de transplante, decorre da imunodepressão desses pacientes, devido aos medicamentos imunossupressores. Dezenove pacientes (37,2%) vieram a óbito, o choque séptico foi a principal causa de óbito tanto precoce como tardio. Nesse cenário, as infecções permanecem, ainda, como a principal causa de óbito no pós-transplante hepático, sendo que a grande maioria dos casos ocorre no primeiro mês após a operação. Entretanto, a morte devido à infecção pode ocorrer em qualquer período pós-transplante, devido ao uso de imunossupressores, fazendo esses indivíduos mais susceptíveis às infecções. Conclui-se que há necessidade de implantação de políticas públicas de saúde para detecção precoce da infecção pelo vírus da hepatite C, assim, poderia se interromper a cadeia de transmissão e evolução da doença. Outro aspecto de importância para a problemática em questão seria o incentivo e a conscientização da população para a importância da doação de órgãos.