Diabetes Mellitus é considerado um dos mais importantes problemas de saúde pública, por causa do número de pessoas afetadas, mortalidade, bem como em função dos custos afetivos, sociais e econômicos. O desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis é complexo, sendo necessárias ações permanentes que focalizem não apenas os indivíduos de maneira isolada como um ser biológico, mas que também levem em consideração os aspectos sociais, econômicos e culturais em que os mesmos estão inseridos. A alimentação é parte fundamental no tratamento do diabetes, sendo importante orientar os pacientes acerca de uma dieta balanceada que forneça todos os nutrientes essenciais, objetivando não somente o equilíbrio glicêmico, mas também a prevenção de complicações secundárias. Contudo, as alterações no estilo de vida são parte de um processo lento e difícil, especialmente em termos dos hábitos alimentares, que estão relacionados com pelo menos três fatores complexos: culturais, econômicos e sociais. O objetivo deste trabalho consistiu em orientar as pessoas portadoras de diabetes acerca da alimentação a partir de estratégias que se aproximem da sua realidade de vida. Trata-se de um projeto de ação educativa em saúde que é configurado como uma ação que cientificiza a prática educativa, e visualiza a contínua formação e emancipação de todos os sujeitos da prática. Como principal estratégia de intervenção foi utilizada uma oficina para construção de uma cartilha educativa que se deu junto com os sujeitos da pesquisa, a partir de suas dúvidas, e o formato com conteúdo foi decidido junto com os participantes que decidiram por material exclusivamente ilustrativo, por causa da dificuldade de leitura e melhor visualização. Um dos fatores de grande relevância para construção da cartilha é o respeito a singularidade de cada pessoa, pois cada um foi responsável pela construção de sua cartilha especifica para suas duvidas e dia-a-dia. Percebemos que a intervenção elaborada de maneira interdisciplinar, ou seja, levando em consideração o meio social em que vive o indivíduo, seus valores culturais e estilo de vida, apresenta maiores chances de alcançar às metas almejadas, já que o objetivo não era mudar conhecimentos previamente estabelecidos pelos sujeitos, bem como estabelecer objetivos distantes da realidade em que se quis trabalhar, mas sim, potencializar os conhecimentos já existentes.