INTRODUÇÃO: O aborto espontâneo consiste na expulsão involuntária do feto, é um episódio que acarreta diversas sequelas na vida da mulher. Esta deve encontrar suporte nos serviços de saúde não só para tratamento de sua condição física, mas principalmente emocional, que se encontra abalado pela perda do bebê. A equipe de enfermagem por passar maior parte do tempo com essa paciente cria um vínculo com a mesma, gerando condições para realização de uma assistência que englobe a mulher em sua totalidade, sem distinções entre físico e emocional. OBJETIVOS: Trata-se de uma revisão bibliográfica, que buscou destacar a importância da assistência de enfermagem às mulheres que sofreram abortamento espontâneo, identificar os sentimentos das mulheres que passaram por essa experiência, bem como mostrar os fatores condicionantes à situação. METODOLOGIA: Consistiu em um levantamento bibliográfico, o qual utilizou a busca nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (Scielo). A pesquisa utilizou os descritores: aborto espontâneo, assistência de enfermagem e emoções, colocados individualmente e combinados. Os critérios de inclusão foram artigos completos escritos em português publicados no período de 2008 a 2011. Foram identificados 70 artigos, dos quais foram selecionados 15, após aplicação dos critérios de inclusão. RESULTADOS: As pesquisas apontam que os principais fatores condicionantes para a ocorrência desse tipo de aborto foram: renda e escolaridade baixas, a não realização pré-natal, doenças sexualmente transmissíveis, hábitos de vida inadequados. Os principais sentimentos relacionados ao abortamento espontâneo são: ansiedade, depressão, culpa e frustração. A assistência de Enfermagem é uma importante aliada na recuperação e reinserção social das pacientes, pelo fato de serem estabelecidas relações interpessoais de apoio além do cuidado técnico. CONCLUSÃO: O aborto é um grave problema de saúde pública, por suas consequências à mulher e os gastos aos cofres públicos. É um fenômeno que marca profundamente à mulher por toda a vida, refletindo nas pessoas que a cercam. Embora existam limitações, cabe à Enfermagem prestar uma assistência humanizada e de qualidade, utilizando-se do diálogo e acolhimento na prestação dos cuidados a essas pacientes, assim como orientações educativas minimizando os traumas sofridos e desse modo contribuindo para que o processo do cuidar ocorra de modo eficaz.