A Doença Diarreica Aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência, com presença ou não de muco e sangue. A mesma é considerada a segunda maior causa de morte em crianças com menos de cinco anos de idade. Na região do nordeste brasileiro foram registrados 1.568 óbitos no ano de 2010, desses, 89 foram no estado do RN. De acordo com dados da monitorização das DDA, de 2000 a 2011, foram notificados 33.397.413 casos no Brasil. No ano de 2011 foram registrados 1.124.181casos na região nordeste, com 106.384 apenas no estado do RN. Nesse ano de 2012, há o registro de 874.768 casos de DDA, sendo 75.463 em menores de 1 ano, 196.662 casos entre 1 a 4 anos, 98.283 entre 5 a 9 anos, 495.564 em maiores de 10 anos e 8.796 ignorados. Em virtude da sua elevada frequência, a DDA não é doença de notificação compulsória nacional, em se tratando de casos isolados. Esse fator é responsável pelo pouco conhecimento do número de diarreias no Brasil. Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo descrever a distribuição das doenças diarreicas agudas atendidas em um hospital especializado em atendimento em saúde da criança. Utilizou-se os critérios de idade, zona rural ou urbana e tempo de internação. Os dados coletados nesse estudo foram obtidos no sistema de registro semanal das DDA, sendo avaliado o número de casos por mês, de 01 de janeiro de 2012 a 02 de junho de 2012. No total, foram registradas 74 crianças atendidas, dessas, 16 crianças são da zona rural e 58 da zona urbana. Com relação à faixa etária a predominância foi de 0 a 4 anos, com 61 casos. O mês de maio foi o de maior prevalência com 22 casos. Assim, percebe-se que as diarreias continuam com alta incidência, principalmente entre as crianças menores de um ano, possui uma relação temporal com as chuvas e há uma procura pelo atendimento antes da apresentação de uma desidratação grave. Destarte ressalta-se a importância de tratar as DDA como problema de saúde pública de grande amplitude.