INTRODUÇÃO: Coma mixedematoso é uma condição clínica manifestada em pacientes com hipotireoidismo primário ou secundário, descompensado. Trata-se de emergência metabólica e cardiovascular que, quando não prontamente diagnosticada e tratada, está associada à mortalidade superior a 50%. Desse modo tal paciente deve ser admitido em unidade de cuidados intensivos, visto que as primeiras 24 a 48 horas são consideradas críticas, sendo inviável esse tratamento em hospitais de pequeno porte. OBJETIVO: Nesse contexto objetivamos com este trabalho, descrever o caso de uma paciente admitida na Clínica Médica de um hospital de pequeno porte, com diagnóstico médico de Coma Mixedematoso. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência que se realizou a partir da vivência em estágio obrigatório da graduação em enfermagem, tomando como cenário a Clínica Médica de um hospital de médio porte do Curimataú paraibano. RESULTADOS: Foi admitida na emergência do referido hospital, mulher, de meia idade, apresentando alterações fisiológicas importantes. Ao exame físico: alterações auto e alopsíquicas, rebaixamento do nível de consciência, hipotensão, hipotermia, bradicardia, bradisfigmia, hipoventilação, edema de face e de membros. Na anamnese, tireoideopatia não tratada (SIC). Realizaram-se exames laboratoriais, que resultaram em hipotireoidismo e hipoglicemia. O diagnóstico médico foi Coma Mixedematoso. Os cuidados disponíveis e ofertados à paciente foram: oxigenioterapia, aquecimento, administração de glicose por venóclise. Como o referido hospital não possui UTI, a terapia de reposição hormonal foi adiada, pois é necessário equipamentos de monitorização cardíaca específico e de suporte de vida, uma vez que tal terapêutica predispõe à alterações cardiovasculares importantes. Neste ínterim, a equipe de enfermagem buscou vaga em UTI nos hospitais de referência, mais não conseguiu e a paciente veio a óbito. CONCLUSÃO: O coma mixedematoso é a forma mais grave de hipotireoidismo. Caso não seja diagnosticado e tratado precocemente pode ser fatal. A mortalidade associa-se a gravidade dos sintomas neurológicos, sendo o prognóstico mais favorável aos diagnósticos com alterações mais sutis do estado de consciência. Os que se apresentam inicialmente com temperaturas muito baixas ou com hipotermia persistente tem pior prognóstico. O direito a saúde é assegurado pelo Estado na constituição, porém, nem sempre é respeitado, pois a cliente perdeu a vida por falta de um leito na UTI.