O homem é visto fora das Unidades de Saúde, tanto pela própria população masculina, pela sociedade e equipes de saúde, como consequência do padrão sociocultural dominante na sociedade. Existem alguns fatores que contribuem para o afastamento desta população dos serviços de saúde, sobretudo da atenção básica: dificuldade de acesso, tempo reduzido de consulta, padrões culturais e sociais, noções equivocadas, desinteresse. Objetivou-se analisar a percepção dos homens acerca dos cuidados com sua saúde. Pesquisa do tipo exploratória, descritiva, numa abordagem qualitativa, obedecendo às normas da ABNT, realizada com 15 pacientes do sexo masculino de diferentes faixas etárias e níveis socioeconômicos, que se encontravam na Estratégia Saúde da Família do bairro Flores. Os dados foram coletados através de uma entrevista semi-estruturada nos meses de fevereiro e março de 2011 após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa. Os mesmos foram agrupados em categorias ou núcleos de análise. Os resultados revelaram que a maioria dos entrevistados eram solteiros, com bom nível de escolaridade, renda familiar em torno de três salários mínimos. 80% dos entrevistados não apresentavam nenhum problema de saúde crônico, e consideravam possuir uma vida saudável porque não tinham nenhuma doença. Quanto ao tabagismo e ao consumo de bebidas alcoólicas, 90% dos entrevistados bebiam com frequência e apenas um fumava. Grande parte dos entrevistados reconhecem não adotar uma alimentação saudável em virtude da ingestão de alimentos gordurosos, refrigerante, bolacha. As atividades físicas mais citadas pelos entrevistados foram caminhada e/ou corrida. Os entrevistados consideram como hábitos prejudiciais a sua saúde o consumo de bebidas alcoólicas, uso de tabaco, alimentação em excesso e gordurosa, estresse, sedentarismo e uso de drogas. 80% dos entrevistados não procuram atendimento no serviço de saúde, pelo fato de sentirem-se saudáveis. Só procuram o serviço quando estão realmente doentes e quando tentam resolver o problema com medidas alternativas e não obtém sucesso. Conclui-se que deve haver uma procura maior por parte dos homens aos serviços de saúde, a fim de prevenirem doenças ou de trata-las. Tornar o serviço de saúde em um ambiente confortável e acolhedor poderá proporcionar uma maior adesão dos homens. É de suma importância as equipes de saúde e o governo atuem na captação dos homens como forma de melhoria da qualidade de vida e redução da morbimortalidade masculina.