A Reforma Psiquiátrica estabelece uma mudança no arcabouço teórico-prático, organizacional e técnico-administrativo do modelo de assistência psiquiátrica tradicional ao buscar um olhar ampliado na assistência à pessoa em sofrimento psíquico. Objetivou-se compreender se as ações dos profissionais de enfermagem em saúde mental seguem os princípios norteadores da reforma psiquiátrica. Estudo de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa, realizado nos meses de março e abril de 2012, através de consultas de artigos indexados nas bases de dados SCIELO e LILACS. Utilizaram-se os descritores: enfermagem psiquiátrica, saúde mental e enfermagem. Utilizou-se os critérios de inclusão: trabalhos que abordassem a reforma psiquiátrica com aplicabilidade na enfermagem, disponíveis na integra, de forma gratuita, periódicos como veículos de publicação com limite de tempo entre 2007-2012; idioma de publicação em português. Encontraram-se 142 publicações, da qual se avaliaram seletivamente seus objetivos, onde se identificaram 13 artigos que obedeciam aos critérios de inclusão para esta pesquisa. Observou-se que, com o processo da reforma psiquiátrica, a enfermagem foi ampliando seus espaços e garantindo maior área de atuação, fazendo parte de uma equipe multidisciplinar. Evidenciou-se que a ação da enfermagem abrange principalmente atividades de caráter administrativo e caráter assistencial, sendo responsável pelo controle de psicofármacos, supervisão da equipe de enfermagem, discussão com a equipe multiprofissional e grupos terapêuticos com usuários e familiares, consultas e visita domiciliar, além de cuidados com a higienização e alimentação. Constatou-se que o conhecimento sobre a temática ainda é limitado por parte de alguns profissionais de enfermagem, pois revelam que a formação no campo de saúde mental na graduação enfrenta vários obstáculos, desde elementos estruturais que não favorecem os processos de transformação dos serviços de saúde mental, como também, a falta de entendimento sobre a necessidade de mudanças significativas na forma de buscar a subjetividade do outro e atender o modelo de cuidado psicossocial proposto pela reforma psiquiátrica. Conclui-se que os enfermeiros ganharam mais espaço na área psiquiátrica, no entanto, existem desafios para modificar o processo teórico-prático da Enfermagem no que tange a reforma psiquiátrica, pois muitas vezes a assistência em saúde mental se limita a aspectos psicofarmacológicos e diagnósticos.