A vivência do período pós-operatório imediato na Sala de Recuperação Anestésica (SRA) é um período crítico, onde os pacientes apresentam várias alterações orgânicas e emocionais em função do trauma causado pelo procedimento anestésico cirúrgico. Sabe-se muito pouco sobre os sentimentos dos pacientes após a cirurgia devido à complexa subjetividade do conceito e de seus parâmetros de difícil estimativa. O objetivo desse estudo foi elucidar como o paciente se sente durante sua permanência na SRA. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa adotando a análise fenomenológica proposta por Martins & Bicudo. Entrevistaram-se 12 pacientes cirúrgicos no seu pós-operatório mediato independentemente do procedimento anestésico-cirúrgico. Sete deles eram mulheres, e cinco eram homens. O tempo de permanência na SRA variou de 1h20min. a 05h20min. A idade dos entrevistados manteve-se na faixa etária de 27 a 70. Da análise das entrevistas, construíram-se três categorias intituladas: O acordar e os sentimentos vivenciados, aonde são perceptíveis às respostas emocionais a este evento; Os efeitos do ato anestésico-cirúrgico, que retrata a difícil reestabilização orgânica; O cuidado, que revela o complexo contexto da assistência prestada. O paciente cirúrgico passa por enfrentamentos frente às circunstâncias impostas em sua recuperação, e a resposta emocional a este evento precisa ser considerada garantindo que a particularidade de cada um seja atendida. Assim esta pesquisa pretende subsidiar a assistência de enfermagem no pós-operatório imediato, uma vez que torna explicita a percepção paciente em relação a sua experiência em sala de recuperação anestésica.